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O governo quebrou o Estado e o RS é apenas a ponta do iceberg, diz Armínio Fraga

O governo quebrou o Estado e o RS é apenas a ponta do iceberg, diz Armínio Fraga

O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, fez duras críticas ao governo nesta sexta-feira (21) em entrevista ao jornal Valor Econômico. Segundo ele, “quebraram o Estado […] Estragaram a macroeconomia e deterioraram a micro”, disse ao se referir à perda da capacidade de o país crescer e à situação dramática de setores como os de Energia Elétrica e Petróleo e Gás. As informações são do boletim InfoMoney

Para ele, o setor de Energia só não entrou em colapso, porque o País está em recessão, enquanto a área de Petróleo e Gás já estava padecendo das revelações do esquema de corrupção na Petrobras, investigadas na Operação Lava-Jato, e, mais recentemente, sofre com a queda brutal do preço do óleo no mercado internacional.

Armínio destacou que o Brasil está em uma crise profunda: recessão, desemprego crescente, alto grau de incerteza e paralisia dos investimentos. Os Estados também estão quebrando, segundo ele, que apontou que o Rio Grande do Sul, que não consegue pagar os salários dos funcionários públicos, “é apenas a ponta do iceberg”. “Nada garante que vai melhorar, mas vai piorar antes de ter a chance de melhorar”, adiantou.

E sua projeção já começa a se mostrar correta. Na noite de ontem, o jornal O Estado de S. Paulo destacou que os estados de Sergipe e Mato Grosso do Sul também não pagaram suas parcelas da dívida com a União vencida em 30 de julho. A informação foi confirmada pelo Tesouro Nacional. Com a inadimplência, o Tesouro bloqueou os recursos do FPE (Fundo de Participação dos Estados).

De acordo com o Tesouro, no caso de Sergipe os recursos do FPE foram suficientes para quitar a parcela vencida, enquanto para Mato Grosso do Sul foi necessária a execução de outras garantias não informadas. Segundo o Estadão, o Tesouro confirmou que os dois Estados não estão mais inadimplentes, mesma situação do Rio Grande do Sul.

Para Armínio, a área econômica do governo jogou a toalha quando reduziu a meta de superávit primário de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,15% e, está claro, agora, que o ano encerrará com déficit. “Ali eles admitiram que não conseguem cuidar da dinâmica da dívida, que é insustentável”.