por Gilmar Piolla
A melhor definição para os anos de 2003 a 2010, período em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva governou o Brasil, é dada pelo pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas: “década de redução da desigualdade”. A renda dos brasileiros mais pobres cresceu 70% no período, enquanto a dos mais ricos aumentou 10%.
Nunca tantos pobres, em tão curto período de tempo, ascenderam à classe média: 30 milhões de brasileiros, o equivalente à população de toda a Venezuela.
Uma das Metas do Milênio era reduzir à metade a pobreza do Brasil num prazo de 25 anos. O governo do presidente Lula fez isso em apenas oito, com duas ações fundamentais: programas sociais de distribuição de renda e ampliação do investimento público em educação.
Ao eleger sua sucessora, Lula garantiu a continuidade da política de combate à desigualdade social. A presidenta Dilma Roussef ampliou os programas sociais e aprovou, no ano passado, um salário-mínimo de R$ 622, com o poder de compra mais alto desde 1979.
Lula foi a pessoa certa para administrar um país que precisava sair do atoleiro da miséria. Em seu governo, surgiu uma nova classe média, com poder de consumo que fez do Brasil a sexta economia mundial. Agora, é a vez de Dilma.
Num mundo que se debate em crises, ela recebeu um país financeiramente estável e preparado para um novo salto. A presidenta Dilma é a pessoa certa para executar as obras de infraestrutura, que vão alavancar as conquistas dos setores produtivos, sem esquecer – ao contrário – a atenção necessária para a saúde, a educação, o saneamento, a habitação…a erradicação da pobreza.
Dilma já mostrou que sabe fazer e que, quando preciso, abre mão de convicções pessoais ou ideológicas em favor do que é melhor para o Brasil, como foi o caso de passar para a iniciativa privada a concessão dos principais aeroportos do País.
O Brasil, de novo, está em boas mãos. Mais uma vez, nós, brasileiros, tivemos sorte de eleger bem. E nós da fronteira, em especial, que tanto fomos beneficiados na gestão do presidente Lula, devemos nos manter unidos em defesa de nossos interesses, para garantir que a presidenta Dilma tenha por nós o mesmo carinho demonstrado por seu antecessor.
Carinho que foi demonstrado pela primeira vez quando Lula escolheu para a diretoria geral da Itaipu um iguaçuense nato, Jorge Samek. Foi a primeira vez que um filho da terra ocupou o cargo mais alto da binacional. E este iguaçuense, que por sua competência já está há nove anos na Itaipu, foi quem garantiu a Foz do Iguaçu a implantação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, a Unila.
Mas não foi só por ser amigo de Lula que Samek trouxe a Unila. Bem antes, havia criado o Parque Tecnológico Itaipu, o PTI. Quando começou a disputa entre cidades brasileiras para sediar a Unila, o PTI fez pender a balança para a nossa cidade, porque aqui já havia um trabalho conjunto de brasileiros e paraguaios.
Graças, mais uma vez a Itaipu, que doou o terreno para a construção da sede, Foz conta agora com um campus do Instituto Federal do Paraná – o IFPR.
As duas instituições federais, somadas ao campus da Unioeste e às instituições privadas de ensino superior, estão transformando Foz do Iguaçu num polo de conhecimento, o que poucos anos atrás pareceria uma utopia até para o maior dos sonhadores.
Dentro da Itaipu, que mudou sua missão institucional em 2003 para poder se aproximar da comunidade, houve uma verdadeira revolução nesses últimos nove anos. Desde a área ambiental, em que Itaipu ampliou sua atuação para toda a Bacia do Paraná 3, disseminando a cultura da preservação e da recuperação de áreas degradadas, até a tecnológica.
Esta mudança de paradigmas tornou o programa Cultivando Água Boa referência para o setor elétrico brasileiro e mundial. Nesta linha, seguiram-se outros programas que fomentam a ética do cuidado e a cultura da sustentabilidade, como o desenvolvimento do projeto Veículo Elétrico e o estímulo às fontes de energias renováveis.
O esporte, que nem sempre é visto com a importância que merece, teve toda a atenção de Itaipu, que investiu na construção do melhor canal para a prática de canoagem e rafting da América Latina, enquanto criava o projeto Meninos do Lago, para dar uma nova perspectiva de vida a esses jovens talentos, que agora têm a chance de se tornar futuros campeões olímpicos.
O apoio de Itaipu foi, ainda, essencial para a realização da Meia Maratona das Cataratas, dentre outras competições de atletismo, que já fazem parte do calendário esportivo do município, e para formar uma equipe de futebol feminino de alto nível. Este ano, a equipe do Foz Cataratas pode se sagrar campeã da Copa Libertadores.
Responsável por um em cada quatro empregos formais e informais de Foz do Iguaçu, o turismo foi incluído entre as missões institucionais de Itaipu, em 2003. Não apenas porque a usina em si se constitui num grande atrativo turístico, mas porque consideramos que o turismo pode contribuir para melhorar a qualidade de vida da população.
Em 2007, Itaipu passou a fazer parte da Gestão Integrada do Turismo, que pela primeira vez unia instituições públicas e privadas de todo o setor. Os resultados do trabalho conjunto são colhidos a cada dia, mas dois deles se destacam.
O primeiro é a melhoria da imagem do Destino Iguaçu. Até poucos anos, a menção a Foz do Iguaçu imediatamente remetia a um destino de sacoleiros. A leitura de jornais e revistas do Brasil apenas agravava a situação: entendia-se que aqui era uma terra sem lei, onde o contrabando, o tráfico e a corrupção andavam de mãos dadas e a violência era rotina diária. Houve até a fase em que o Destino Iguaçu ganhou fama de abrigar terroristas, de ser a terra escolhida por Osama bin Laden.
Com um trabalho sério de desconstrução da imagem negativa e sua substituição pela verdadeira imagem de Foz – uma cidade com problemas como qualquer outra no Brasil, mas com atrações sem paralelo e com infraestrutura hoteleira capaz de agradar ao turista mais exigente -, hoje o Destino Iguaçu é citado, por exemplo, como um destino ideal para o lazer e a visitação em família.
Outra conquista memorável da Gestão Integrada de Turismo foi a eleição das Cataratas do Iguaçu como uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza. Foi um trabalho árduo, que contou com o engajamento da maioria dos iguaçuenses e a união, inédita, de brasileiros e argentinos em torno de um interesse comum.
Neste rápido balanço que fiz, reparem que duas palavras se destacam: parceria e integração. E isso se deu em todos os níveis. O trabalho integrado da Itaipu com a Prefeitura Municipal e o Governo Federal, somado à participação da iniciativa privada, possibilitou ganhos imensuráveis para a cidade. A sociedade civil organizada ressurgiu com força e consciência. E é isso que tem que continuar e ser intensificado.
Foram muitos os avanços obtidos por Foz do Iguaçu nos últimos anos, sobretudo nas áreas da educação e da saúde. Mas, agora, a cidade precisa avançar ainda mais, atraindo investimentos expressivos na melhoria da sua infraestrutura urbana, transporte coletivo, política habitacional, cultura, esporte e lazer…
O desafio é tornar a cidade mais amigável para os turistas e, sobretudo, aos seus moradores. Por isso, é fundamental ter calçadas decentes, bosques, parques e praças bem cuidadas, iluminação pública de qualidade, paisagismo, e uma rede de ciclovias conectando o centro aos bairros e aos principais pontos turísticos, para que todos possam usufruir do direito de curtir a Terra das Cataratas.
Da mesma forma, é com muita luta e o maior número de parcerias que conseguiremos transformar o nosso aeroporto em um Hub do Mercosul e dos Países Andinos, a duplicação da Rodovia das Cataratas, a construção de trincheiras e viadutos no trecho urbano da BR 277, e a ocupação ordenada das margens dos rios Iguaçu e Paraná, transformando-as em áreas seguras e em novas opções, tanto para o lazer da comunidade como para o turismo.
Com o apoio de Itaipu, as bases fundamentais para o nosso crescimento já foram lançadas. Foz do Iguaçu se assume como cidade turística e prestadora de serviços e se projeta como polo de conhecimento e de novas tecnologias.
Agora, deve se unir em torno de um projeto estratégico para o seu futuro. E o crucial será colocar pessoas certas nos lugares certos, para que essas parcerias continuem rendendo bons frutos, e a cidade possa seguir em frente. Sem medo de ser feliz.
Gilmar Piolla é jornalista
e eu vou dizer mais o que ? Ou acrescentar o que a um texto tão conclusivo? parabéns PIOLLA pela excelente explanação da realidade local e das parcerias que dão certo…
Eu acredito que nos iguaçuense, com certeza vamos saber escolher bem, não podemos mais errar, nossa cidade tem que crescer com qualidade de vida para seus habitantes, com saúde paz e inovação, vamos escolher alguém que tem o perfil desta terra, porque acima de tudo amo essa cidade..
Quanta demagogia, porque os viadutos ou trincherias como queiram só agora vem a tona? Porque ao invés da Itaipu ter construído a Aduana do PY entre tantas coisas, não fez este viaduto? Para com isto rapazote, ou tu não conhece esta Terra que infelizmente foi amaldiçoada pelos Jesuítas…
Pena que o transporte público é um dos piores do Paraná, mas isso não é um problema para vocês, que não o utilizam não é mesmo? “Fodam-se os pobres, estou no meu carro com ar-condicionado” Quase metade das linhas passam pelo centro antes de ir para seu destino, atrasando a vida dos usuários. A outra quase metade passa pela ponte, atrasando E estressando o usuário. Os motoristas grosseiros, muitas vezes parecem carregar gado. A estrutura do terminal urbano é ridícula, descuidada, com reformas fajutas para enganar o povo, carecem de divulgação em espanhol e inglês (não que exista uma boa divulgação das informações em PORTUGUÊS) para atender os turistas, enfim: DE-CA-DEN-TE. E o impressionante é que se fala apenas em melhorias no aeroporto. Ao meu ver, cidade turística é cidade turística, por completo. Do que adianta o turista chegar em um super aeroporto e já no serviço de taxi perceber o péssimo serviço prestado em Foz do Iguaçu? (sim, não vou nem entrar no mérito da questão, o serviço de táxi da cidade é um dos piores que já tiver contato no Brasil)