Deputado federal em segundo mandato, o maringaense Enio Verri é o novo líder do PT na Câmara dos Deputados. Em entrevista a João Frey na Gazeta do Povo, Verri, que é economista, avalia que a pauta econômica vai dominar a discussão em 2020 e adianta que os deputados petistas são contrários às propostas que o presidente deve enviar ao Congresso. Segundo ele, além de criticar os projetos, a bancada vai apresentar novas propostas como contraponto à visão da gestão de Jair Bolsonaro.
Qual a tua prioridade na liderança da bancada petista na Câmara dos Deputados?
Eu apenas faço a síntese do que pensa a bancada. Nós fizemos uma reunião nesta semana e discutimos as pautas econômicas que o governo está apresentando. Todas elas são contrárias ao que entendemos que é melhor para o Brasil. Elas destroem o estado brasileiro, a soberania nacional, privatizam de forma irresponsável os nossos bens públicos e tiram direitos dos trabalhadores.
E a bancada do PT tem propostas para apresentar em contraponto a essas do governo?
Ao mesmo tempo que estamos organizando os partidos de oposição para enfrentar essa pauta nós também vamos apresentar pautas alternativas. Já temos várias. Nós, por exemplo, apresentamos uma PEC paralela à da reforma tributária, que é a Reforma Tributária Solidária.
A segunda pauta é um plano emergencial de emprego e renda que vamos protocolar na semana que vem, que também é um projeto encabeçado por todos os partidos de oposição e que confronta todas essas besteiras que o governo vem fazendo, como por exemplo o imposto sobre o seguro desemprego.
Outra pauta é a autonomia do Banco Central. Nós somos contra a autonomia e achamos que deve ser ampliada a ação do Banco. Hoje o BC trabalha só com política monetária e ele usa isso como maneira de enfrentar a inflação. Ou seja, se tem uma crise como a de agora, reduz os juros; se a população começa a consumir, melhora a vida do povo, sobe os juros para conter inflação. Nós achamos o modelo americano é melhor. Lá o Fed (instituição equivalente ao Banco Central) tem a preocupação com política monetária, mas também com os empregos. Com isso ele deixa de pensar nos juros de forma irresponsável.
Há um movimento de oposição que quer se desvincular do PT. Como líder o senhor pretende intensificar a conversa com essas legendas ou focar apenas na pauta do partido?
Uma das bases do papel da liderança da bancada é manter uma frente de esquerda aqui na Câmara e também extrapolar isso para que em 2022 estejamos juntos. Estamos conversando com todos esses partidos de oposição para manter uma aliança nas eleições. Tem dado muito certo.
O senhor era cotado para a prefeitura de Maringá. É possível tocar a campanha e a liderança ao mesmo tempo?
Eu não tenho como ser líder da bancada e candidato a prefeito da minha cidade. A demanda que tenho aqui é nacional, inclusive de agendas nos fins de semana. Nesse sentido o diretório municipal indicou por consenso o nome do Padre Léo.”
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