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No Senado, Requião faz balanço da gestão de Beto Richa

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) aproveitou a tribuna do Senado na manhã desta quarta-feira (28) para fazer um balanço do governo de Beto Richa (PSDB) no Paraná.

Requião teceu duras críticas e  lembrou como recebeu o Estado das mãos do ex-governador Jaime Lerner e todo o trabalho para recuperar a saúde financeira e a credibilidade do Paraná.

Leia no “mais” a íntegra pronunciamento:

“Farsa, teatro, molecagem, tentativa de desconstrução de imagem ao invés de construir a imagem própria do novo governo. Foi assim que começou o governo do Beto Richa e do Taniguchi.

O Taniguchi, que foi o secretário do planejamento do Jaime Lerner, responsável pela privatização do Banestado, pela tentativa de privatização da Copel, pelos pedágios absurdos no Paraná. O pedágio em si já é um absurdo, mas o pedágio do Paraná é dez vezes mais caro que os pedágios organizados pelo Governo Federal.

Os farsantes iniciaram dizendo que haviam pegado um Estado quebrado quando, na verdade, quem pegou o Estado do Paraná quebrado, destruído, sem recurso para nada fui eu quando assumi o governo. Foi um período duro, de reconstrução, de defesa do interesse público, de defesa da Copel, de garantia de taxas mínimas para os mais pobres, eletricidade gratuita para as famílias sem, praticamente, renda alguma. Foi o governo da Carta Puebla, a opção preferencial pelos pobres, pelas crianças, pelos empresários que geram emprego e que trabalham de forma positiva para o conjunto da comunidade e agora apresentam um superávit alguns meses depois de terem assumido.

É evidente que a molecagem e a farsa se desfazem. O governo estava bem, extraordinariamente bem, enquanto eu fui governador. Uma luta contra a corrupção, um governo intransigente, com todos os desvios, ou como diria nossa presidenta Dilma, com todos os malfeitos, que foram poucos, mas em todo governo acontece alguma coisa e eles, na minha administração, os malfeitos, foram tratados com dureza.

A dureza que tive com problemas no Ceasa, a mesma dureza que tive com desvios na Imprensa Oficial.

Agora, eles surgem por aí com a tarefa de desconstrução, anunciando superávit, tentando atribuir a mim pessoalmente o pedágio. O pedágio do Taniguchi, o pedágio do Beto/Lerner, o pedágio do governo deles. A minha luta foi dura, mas vejam vocês, o Lerner foi condenado pelo pedágio absurdo que criou, sem licitação, entre Curitiba e Lapa. Mas eu, na Justiça do Paraná, não consegui suspender o pedágio. A Justiça Federal condena o ex-governador e a Justiça do Estado do Paraná até hoje garante a existência de um pedágio pelo qual foi condenado o governador Lerner. Vocês vejam que eu não consigo nem esconder o tom de indignação, a surpresa, a perplexidade com esse tipo de comportamento.

Em Minas Gerais, o Itamar Franco acabou com o contrato absurdo da Cemig, que era exatamente igual ao contrato absurdo da Sanepar. No Paraná eu não consegui, mas uma certeza possam ter vocês que me escutam: eu fui um guerreiro dos interesses do povo, um batalhador pelo Estado do Paraná, o meu governo foi um governo que fez todo o possível para consertar o Estado e chegamos a um bom termo.

Entregamos, lamentavelmente, ao mesmo grupo que havia destruído o Paraná, a administração pública porque eles, com uma ampla pressão e apoio da imprensa, conseguiram uma ilusão eleitoral. Fica aqui a minha indignação e uma certeza para os meus amigos e companheiros: eu estou presente e continuo nessa batalha.”