Enquanto a presidente Dilma tenta lançar mão do apoio dos governadores, eles chegarão a Brasília com um rol de queixas sobre a situação econômica de seus estados. Num efeito cascata, a crise que assola o governo federal atingiu em cheio as 27 unidades da Federação. Uma das situações mais difíceis é a do Rio Grande do Sul, onde o governador José Ivo Sartori (PMDB) não sabe quanto pagará de salário aos servidores este mês — o prazo para quitação da folha é amanhã. A Secretaria estadual de Fazenda informou que monitora o comportamento da receita e comunicará os servidores sobre o valor disponível. As informações são d’O Globo.
A folha da administração direta do Executivo gaúcho (sem fundações, autarquias e empresas públicas) custa cerca de R$ 1,1 bilhão por mês. Um documento extraoficial que circulou entre as entidades de servidores públicos revela que serão pagas parcelas de até R$ 1,8 mil de salário líquido. Vencimentos acima desse teto teriam complemento de R$ 350 quitado no dia 3 de agosto e de R$ 1 mil, no dia 13. O resto da folha seria liquidada no dia 21.
Sartori aproveitará a reunião com Dilma para barganhar apoio a projetos estratégicos, como a inclusão de rodovias estaduais e de novos trechos federais no pacote de concessão do governo federal, que tiraria do governo o compromisso de fazer a manutenção de mais de 500 quilômetros de estradas, e a liberação de recursos do Fundo de Exportação.
O governador gaúcho também quer de Dilma uma definição sobre a renegociação da dívida dos estados, cuja mudança do indexador ficou para 2016. Desde a campanha eleitoral de 2014, ele tem dito que a alteração não basta ao Rio Grande do Sul, que transfere mensalmente R$ 280 milhões à União. Nos últimos três meses, o estado atrasou em média 15 dias o pagamento da parcela da dívida para poder pagar o funcionalismo em dia.
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