Leonaldo Paranhos
João Chiminazzo Neto, o presidente da ABCR, veio a público reclamar através na imprensa da criação da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos do Pedágio no Paraná. Diz ele que, falar mal do pedágio rende voto e que o tema requer discussão séria, avaliações técnicas e não discursos para ganhar a opinião pública com mentiras.
Bem, logo Chiminazzo, conhecido com outro epíteto que não vale decliná-lo. Afronta mais uma vez os deputados e os paranaenses achacados por um modelo perverso de concessão de rodovias que sangra a economia do Estado por quase duas décadas. É mais um capítulo deste teatro que mais parece um espetáculo de horrores a olhos vistos.
Não vou entrar no jogo da ABCR e nivelar o debate por baixo, como pretendem as concessionárias de pedágio. Sou contra a prorrogação dos contratos dos pedágios porque eles são perniciosos, lesivos e sangram a economia do Paraná. Se as concessionárias pretendem participar deste debate, que seja de forma altiva e propositiva. Os deputados não aceitam esse nível de agressão
Quando afirmo que o pedágio só dá lucro, não estou jogando para a torcida. Vejam bem, só em 2014 as concessionárias lucraram mais de R$ 437,8 milhões. Valor acima do registrado em 2013, quando o lucro das empresas superou a casa dos R$ 424,2 milhões.
Com base apenas nos dados destes dois anos, dá para se ter uma ideia do tamanho do lucro das concessionárias, desde 1998, quando começou a cobrança de pedágio nas rodovias do Paraná. Isto tudo, sem a contrapartida esperada, como as obras de duplicações das rodovias pedagiadas e a melhorias de serviços prestados, como viadutos, trincheiras ou passarelas.
A Frente Parlamentar que criamos no último dia 16 de maio é legítima e formada por 26 deputados. Nela, constatamos que sequer 60% das obras previstas foram executadas, sendo que 20% estão em execução. Faltam ainda outros 40% que não tem previsão para sair do papel. Será que até 2021, quando vencem os contratos, elas serão iniciadas e concluídas?
Sou de Cascavel, no Oeste do Paraná, e digo, sem demérito das demais, que a nossa região foi e é a mais massacrada pelo pedágio. Para se ter uma ideia, para percorrer de Foz do Iguaçu até Paranaguá, são 10 praças com valor elevado. São quase R$ 240,00 de carro de passeio na ida e volta e, pasmem, quase R$ 2 mil para um caminhão de seis eixos.
Sou o autor da PEC que prevê um plebiscito para a população dizer se quer ou não prorrogar os contratos do jeito que estão. Defendo a aprovação deste e de mais dois projetos abraçados pela frente parlamentar, que submetem ao legislativo a renovação dos contratos.
Aliás, a frente que revolta a ABCR, começa nesta segunda-feira (23), em Ponta Grossa, uma série de audiências públicas para discutir justamente a renovação ou não dos contratos de pedágio. Depois faremos audiências em Cascavel e Foz do Iguaçu, no dia 17 de junho, em Umuarama no dia 24 de junho e Maringá e Londrina no dia 8 de julho.
A pauta da frente, além da minha PEC e dos projetos que submetem ao legislativo a decisão de renovar os contratos, inclui também obrigação das concessionárias a basear o cálculo das novas obras com referência na tabela do Dnit e DER, conclusão das obras antes do término dos contratos atuais e a aplicação do novo modelo de concessão levando em conta o fluxo de veículos, valor da tarifa e obras realizadas.
Também defendemos uma nova licitação com novas regras que garantam os direitos dos usuários com o fiel cumprimento da legislação vigente. Por isto, digo e repito, não vamos aceitar, como pretendem as concessionárias, a renovação deste descalabro do jeito que está.
Leonaldo Paranhos é deputado estadual pelo PSC e membro da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio do Paraná.
Senhores parlamentares, não vamos arrefecer diante do mimimi do sr. João Chiminazzo presidente das empresas do roubagio que explora todos os paranaenses desde 1988. NÃO à renovação do contratos. SIM às novas licitações!