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No Paraná, administrador de falências é afastado após denúncias da CPI

O Tribunal de Justiça do Paraná destitui ontem o administrador judicial Marcelo Zanon Simão da falência da GVA(Madeirit), em Guarapuava. A empresa foi uma das apontadas pela CPI das Falências com diversos problemas. No despacho do juiz substituto de 2º grau, Francisco Jorge, cita e comprova as denúncias apuradas pela comissão instalada pela Assembleia Legislativa no começo do ano passado.

“Afasto, provisoriamente o agravado, da administração da falência, ficando suspensa a sua remuneração, e com intuito de dar efetividade à medida, determino a busca e apreensão de todos os documentos contábeis, trabalhistas, fiscais, tributários, ou qualquer outro, relacionado à falida, assim com dos aparelhos de informática, que estão na posse do administrador judicial ora afastado”, conclui o documento judicial.

Durante as audiências realizadas pela CPI, testemunhas e documentos revelaram que Zanon Simão protelava a formação do quadro de credores. Sem esse quadro, o administrador tinha liberdade de atuar sem prestar contas. Entre as irregularidades, constava o prolongamento do recebimento de honorários devidos a seu favor e deterioração dos bens da massa falida.

“Desde que a CPI das Falências da Assembleia Legislativa do Paraná começou a funcionar e notícias sobre a comissão foram publicadas na imprensa, credores de massas falidas procuraram a Gazeta do Povo para reclamar do comportamento de síndicos e juízes. Segundo os credores, magistrados e administradores têm sido ineficientes em quitar as dívidas das empresas falidas, prejudicando os credores”, cita o magistrado.

O Ministério Público do Paraná também apontou irregularidades na prestação de contas e reclamações de credores em enfrentar dificuldades de marcar reuniões com Zanon Simão, porque ele administrava a falência em Curitiba, no seu escritório, cerca de 300 km de Guarapuava.

“É uma importante decisão para a sociedade. A CPI das Falências prova mais uma vez que não acabou em pizza. Apontou graves problemas. O Judiciário de maneira eficiente começa a corrigir as mazelas. Essa família Simão, segundo apurações, é uma das grandes beneficiárias do esquema de fraudes nas falências no Paraná”, diz o deputado Fabio Camargo (PTB), presidente da comissão.