"Luiz Cláudio Romanelli volta à cena em grande estilo. Elegeu-se deputado com 82 mil votos e é indicado, desde já, pré-candidato a prefeito de Curitiba pelo bloco das esquerdas no PMDB.
Se depender da mesma turma e da simpatia do governador Requião, será líder da bancada do governo na Assembléia.
O homem está no centro do furacão. Sujeito a chuvas e trovoadas. Seus adversários logo lembraram da pendência judicial que o envolve em caso de desvio de salário no Legislativo.
Romanelli contesta. Diz que nem era deputado na época e que seu único pecado foi emprestar dinheiro a um dos investigados pelo Ministério Público. O assunto é lembrado como retaliação à sua iniciativa contra concorrência pública que decidiu contestar.
Acontece que Romanelli decidiu contestar o processo de escolha da empresa J. Malucelli para a construção da Usina Hidrelétrica de Mauá. Uma obra de cerca de US$ 1 bilhão. Verba que sairá, em boa parte, dos cofres da Copel.
A J. Malucelli ganhou a parada porque ofereceu o menor preço e as condições técnicas exigidas, diz um representante da empresa. Romanelli contesta. Bate o pé. Mesmo sabendo que dificilmente a empresa perderá o contrato na Justiça, pois ele foi feito segundo as normas da Aneel.
Tudo bem, como insistem em dizer as almas parvas.
O deputado quer impor constrangimentos e obstáculos para a realização da obra. Invoca a situação dos municípios da região que teriam de suportar enorme impacto ambiental e social e para isso não há compensações previstas.
Resumo da ópera: Romanelli quer uma concorrência pública para a construção da hidrelétrica, mesmo que isso signifique romper com a delegação à Eletrosul e com as regras da Aneel, que permitem a contratação direta, sem licitação, pelo menor preço.
Em toda essa trama, resquícios da campanha eleitoral que findou em outubro e vestígios de como será a próxima, em 2008. E mais. Pendengas pesadas como essa dividem o universo interno do PMDB." De Fábio Campana hoje no Estadinho.
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