A cobrança do pedágio custa R$ 100 milhões por ano ao agronegócio do Oeste do Paraná, uma das regiões de maior produção agropecuária do País. Metade desse valor, R$ 50 milhões, sai do bolso de produtores rurais filiados às cooperativas que respondem por metade do PIB do Oeste, que em 2016 deverá ficar em R$ 35 bilhões. O montante que o agronegócio deixa nas cancelas é considerado elevado por vários fatores. Entre eles está a tímida contrapartida em obras, já que grande parte do percurso é feito em pista simples. Para um caminhão de sete eixos, que transporta 36 toneladas, o custo com a tarifa para percurso entre Foz do Iguaçu e o Porto de Paranaguá é de R$ 720. As informações são d’O Paraná.
O caminhão de sete eixos paga então, ao transportar 600 sacas de soja, o equivalente a dez sacas somente com pedágio, sem considerar combustível e insumos, que têm forte incidência de impostos. Segundo o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, o custo médio por tonelada transportada do Oeste em direção ao litoral é de R$ 20, ante a um frete de R$ 90 por tonelada. “Portanto, 22% do que o transportador receber deixará nas praças do pedágio”.
Além de atingir o bolso do agricultor, o pedágio caro diminui a competitividade de um grande leque de produtos fundamentais à balança comercial brasileira, principalmente por mantê-la no azul há vários anos. “Essa situação coloca a logística ao lado de incertezas políticas e econômicas como os principais gargalos que fragilizam o agronegócio do Oeste, Sudoeste e do Brasil”, observa Dilvo.
Os preços praticados nas praças do Anel de Integração no Paraná são mais que 200% superiores à média nacional. Um aspecto que precisa ser particularmente considerado, diante do crescente debate sobre as concessões no Estado, é que depois da obra de duplicação pronta apenas o pedágio de manutenção deve ser cobrado. Conforme Dilvo, as perspectivas de crescimento da região, e do Sudoeste, correm risco de estagnação caso a infraestrutura não seja devida e cuidadosamente melhorada.
Fotos: Gazeta de Toledo
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