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No Dia Nacional da Mata Atlântica, Parque das Aves reforça a importância do trabalho em conjunto

Para salvar as 120 espécies e subespécies de aves em risco de extinção no bioma, Parque conta o apoio de instituições parceiras e o público visitante

No dia 27 de maio é comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica, bioma mais biodiverso do planeta depois da Amazônia, e onde mais de 70% dos brasileiros vivem. Infelizmente, todas essas 145 milhões de pessoas não têm muito a comemorar: resta apenas 8% de sua área original, e muitas espécies estão em risco de extinção, como as 120 espécies e subespécies de aves. Mas o trabalho conjunto do Parque das Aves com instituições que lutam pela conservação de espécies, com o apoio do público, oferece uma perspectiva de futuro positiva.

Um exemplo é a parceria feita com a SAVE Brasil (Sociedade para a Conservação das
Aves do Brasil) para a soltura de jacutingas (Aburria jacutinga) nascidas no Parque. A
espécie está praticamente extinta em algumas regiões da Mata Atlântica devido à caça e às
alterações em seu habitat. O projeto da SAVE Brasil tem como finalidade a implementação
de um programa de reintrodução e monitoramento de jacutingas, baseado em pesquisa
científica, educação e articulação com órgãos de fiscalização ambiental.

Leis e áreas de proteção também são importantes para que o trabalho seja efetivo. Por
exemplo, na Constituição Federal de 1988, a Mata Atlântica foi decretada Patrimônio
Nacional e a UNESCO a considera Reserva da Biosfera. Em 2006, foi criada a lei da Mata
Atlântica (lei 11.428/2006), que é o principal instrumento para proteger esse bioma. Além
disso, existem hoje na Mata Atlântica mais de 433 Unidades de Conservação (Fonte:

Instituto Socioambiental), que são reservas protegidas por lei, com fauna e flora intocada,
sendo 41 delas abertas para a visitação.

A diretora geral do Parque das Aves, Carmel Croukamp, avalia que apesar da enorme
redução da cobertura florestal que deu fim a muitas espécies, é muito importante que nesta data o Brasil e os diversos atores sociais estejam juntos a fim de manter de pé essa
floresta. “Somos todos responsáveis pela conservação da Mata Atlântica, sociedade civil,
empresas públicas e privadas, governo, ONGs e terceiro setor.”

Carmel lembra que a Mata Atlântica fornece serviços essenciais para os 145 milhões de
brasileiros que nela vivem, seja na produção de alimentos, madeira, fibras, óleos e
remédios; é fundamental na regulação do clima, no controle de deslizamentos de terra, na

proteção de rios e do solo, além da produção de água. Além disso, oferece paisagens
cênicas e possui um patrimônio histórico e cultural.

Os visitantes do Parque das Aves têm um contato importante com a Mata Atlântica e várias espécies de aves desse bioma, mas o diferencial é o quanto aprendem durante a visita.

Recentemente, a trilha foi totalmente reestruturada, focando no bioma para que o visitante além de apreciar as cores e os sons da floresta tenha também uma experiência
multissensorial, com informações sobre o bioma e suas espécies.

Mudança de hábitos
O visitante também tem seu papel na proteção da Mata Atlântica. O Parque propõe que
cada indivíduo faça uma reflexão sobre sua postura e repense seus hábitos e
comportamentos. Ele é incentivado a proteger a floresta e comunicar o desmatamento da
mata. Outro fator de destaque é denunciar os maus tratos e contrabando de animais
silvestres. Mais de 50% das aves do Parque são vítimas diretas de maus tratos, muitas das
espécies, especialmente papagaios, carregam sequelas para o resto da vida.

Os hábitos alimentares também podem contribuir para redução da perda da fauna e flora.
Não comer aves silvestres da fauna e reduzir o consumo de carne vermelha são atitudes
importantes, visto que a atividade pecuária contribui para o desmatamento.

“O Parque acredita que a educação é essencial no processo de conservação das mais de
120 espécies e subespécies de aves em risco de extinção e vê a chance de mostrar aos
visitantes como pequenos gestos podem fazer a diferença”, afirma Carmel. Ela explica que
esta introdução permite ao visitante uma experiência capaz de repassar a importância da
Mata Atlântica e ajudar na conservação desse bioma.

Educação ambiental
O trabalho com grupos escolares é outro ponto-chave. O Parque recebe cerca de 30 mil
alunos em programas especiais de educação ambiental, gratuitas para escolas da rede
pública da região. A instituição desenvolve programas de educação e comunicação para
conservação, baseados em pesquisa e apresenta o impacto da experiência do Parque das
Aves, seus programas de educação e sua comunicação.

Além disso, a equipe do Departamento de Educação Ambiental também se dedica a
reforçar a conexão do público visitante com a Mata Atlântica no sentido de intensificar o

engajamento e a mudanças de atitude de cada indivíduo em relação a esse bioma, um dos
mais devastados do planeta.

“O visitante que vai ao Parque está também ajudando a Mata Atlântica, pois o valor do
ingresso ajuda a financiar os vários projetos de pesquisa e conservação das aves que
habitam o bioma e, em consequência, dezenas de outras espécies relacionadas a essas,
incluindo as vegetais”, diz Carmel.

Sobre o Parque das Aves
Com 25 anos de atuação e 230 colaboradores, o Parque das Aves é a única instituição do
mundo focada na conservação de aves da Mata Atlântica. Possui 16 hectares de mata
restaurada, 1.400 aves de 140 espécies diferentes, com três viveiros de imersão e um
borboletário. O objetivo do Parque das Aves é atuar investindo significativamente para criar um impacto positivo para as aves da Mata Atlântica, principalmente as 120 espécies e
subespécies em risco de extinção. O Parque das Aves recebe 830 mil visitantes por ano,
sendo o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas.