Do iG São Paulo:
Após um longo e bem sucedido tratamento contra o câncer na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “de volta à linha de frente” da política brasileira.
A constatação, que pode parecer óbvia para os analistas políticos do País, está estampada no título de reportagem publicada neste domingo (26) por um dos mais prestigiados jornais dos Estados Unidos, o “The New York Times”, que entrevistou Lula na sede do instituto que leva seu nome, em São Paulo.
A publicação diz que o ex-presidente “está começando a fazer campanha para candidatos das maiores cidades do Brasil” e também cita o suposto apoio dado a alguns dos réus do processo do mensalão, em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não acredito que não existiu um mensalão”, afirmou Lula na entrevista, repetindo discurso adotado pelo PT há anos, limitando o escândalo ao uso de caixa 2 para o pagamento de campanhas eleitorais. “Se alguém for culpado, deve ser punido. E se alguém for inocente, deve ser absolvido.”
A reportagem do “NYT” cita as supostas pressões feitas por Lula sobre o ministro do STF Gilmar Mendes, em abril, para que o julgamento do mensalão não fosse realizado neste ano de eleições municipais no Brasil. E lembra que, na época, o ex-presidente negou que tenha tentado pressionar Mendes.
Ao jornal norte-americano, Lula admite que política é sua grande “paixão”, mas volta a descartar a possibilidade de se candidatar novamente à Presidência da República em 2014 – ele reforça o apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. “Dilma é a minha candidata e, se Deus quiser, vai ser reeleita.”
FHC
Outro ex-presidente, o tucano Fernando Henrique Cardoso , antecessor de Lula no Palácio do Planalto, também foi ouvido pelo “NYT” para a reportagem sobre o petista. Ao jornal, FHC qualificou o episódio da suposta pressão sobre Mendes como “terrível”, mas destacou a longa relação de amizade que tem com Lula, desde o período em que ambos lutaram contra a ditadura militar no Brasil, e o gosto do ex-presidente por estar de volta à luta política.
“Ele é um encantador de serpentes”, brincou FHC, ressaltando a habilidade política do ex-companheiro de luta por democracia. O tucano também afirmou que Lula tem uma grande capacidade de convencimento e persuasão.
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