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Nereu Moura destaca centenário do nascimento de Ulysses Guimarães

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O deputado Nereu Moura, líder do PMDB na Assembleia Legislativa do Paraná, destacou nesta segunda-feira (10), o centenário do nascimento de Ulysses Guimarães, ocorrido no último dia 06 de outubro (quinta-feira). “Ulysses Guimarães sempre será um símbolo de luta pela democracia e justiça social”, lembrou o parlamentar.

“(Ulysses Guimarães) Fez parte de uma geração de grandes homens públicos que fizeram história e marcou sua trajetória pela ética e lealdade ao Brasil”, reforçou Nereu Moura. O líder peemedebista lembrou os ensinamentos do presidente de honra do PMDB. “O Governo precisa ouvir o eco de suas palavras a nos recordar que ‘em política, estar com a rua não é o mesmo que estar na rua’”, disse.

No discurso, Nereu Moura reviveu frases e ensinamentos históricos de Ulysses, que influenciaram e ainda influenciam lideranças e sociedade brasileira. “Política não se faz com ódio, pois não é função hepática. É filha da consciência, irmã do caráter, hóspede do coração. Quem não se interessa pela política, não se interessa pela vida.”, ensinou o ex-deputado, que ficou conhecido como o “Senhor Diretas”.

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“Política não se faz com ódio, pois não é função hepática. É filha da consciência, irmã do caráter, hóspede do coração. Quem não se interessa pela política, não se interessa pela vida.” – ULYSSES GUIMARÃES, político do PMDB, que sempre se destacou na defesa das grandes causas. Professor, advogado, corajoso, forte, um líder nato: – Velho, sim; Velhaco, nunca!

Na última quinta-feira, 6 de outubro, a Democracia festejou o centenário do nascimento de Ulysses Guimarães, o condutor da travessia.

‘Reverenciar e rememorar a figura do doutor Ulysses é rememorar e reverenciar um Brasil de valores positivos: honestidade, retidão, firmeza de propósito, austeridade e caráter.

Senhor Diretas, senhor Constituinte, senhor Parlamentarismo, doutor Ulysses.

Assim, sempre com uma palavra de respeito à frente, o deputado Ulysses Guimarães era tratado por colegas de parlamento, por amigos e pelo público em geral.

Presidente da Câmara por três vezes e da Assembleia Nacional Constituinte, FUNDADOR DO MDB, em 45 anos de vida pública, Ulysses Silveira Guimarães conquistou um respeito apartidário.

Oposição ou situação, não havia no Congresso quem não parasse para ouvir sua voz. Ele tinha uma capacidade impressionante de assumir o comando de tudo que participava. Teve papel fundamental nas principais decisões políticas do país. Ele dava grandeza aos movimentos.

Em 1947, foi eleito deputado estadual por São Paulo, depois, eleito deputado federal por onze mandatos seguidos, de 1951 a 1995 (que não concluiu). Até do time do coração, o Santos, Ulysses chegou a ser vice-presidente, em 1944.

Ulysses Guimarães sempre será um símbolo de luta pela democracia e justiça social. Fez parte de uma geração de grandes homens públicos que fizeram história e marcou sua trajetória pela ética e lealdade ao Brasil.

O DR ULYSSES FAZ MUITA FALTA AO BRASIL.

Seus ensinamentos são atualíssimos, pois, em um de seus pronunciamentos parece até estar vivendo no cotidiano do nosso Estado:

– “Minha paciência é tão infinita como a do povo. Só se irrita com o bêbado e com o chato. O chato é o inimigo do gênero humano. É o vento encanado que acaba com qualquer reunião, é o maçante a quem você pergunta ‘como vai?’ e lê resolve contar. O chato não lhe faz companhia e não deixa você ficar só. Governo chato é esse que aí está, a impaciência chegou à exaustão.” , discursou Ulysses.

Noutra manifestação histórica na Bahia, parece estar profetizando 29 de Abril e o – Massacre do Centro Cívico – ao afirmar: – Soldados e Baioneta não são votos, e cachorro não é urna!”.

À exemplo dos nossos professores ilhados na Praça Nossa Senhora da Salete, Ulysses Guimarães em 1978, cercado por fuzis e cachorros, como líder do MDB, partido de oposição à ditadura, em Salvador; dizia aos policiais, cumpridores de ordens, como os nossos valorosos soldados que retirados do cumprimento de seus deveres junto à população insegura, vieram à Capital, ainda que contrariados, fazer valer a força contra a razão.

– “Soldados da minha pátria que foram aqui convocados sei que contra a consciência de vocês, que são do povo, para impedir que o povo aqui chegassem. Mas vocês nos ouvem como assistência e são juízes de que quem defende vocês somos nós, porque a verdadeira autoridade não vem dos homens, vem da lei, que é igual para todos e não pode discriminar entre os brasileiros”.

“Enquanto ouvíamos as vozes livres que aqui se pronunciaram, ouvíamos também o ladrar dos cães policiais lá fora. O ladrar, essa manifestação zoológica, é do arbítrio, da prepotência, que haveremos de vencer, não nós do MDB, mas o povo brasileiro… Aquilo que está lá fora para nos oprimir representa esta situação de arbítrio e de prepotência. Isso que está lá não é o Estado, não é o Brasil, não é povo, não é a nação, não é sociedade, não é o cidadão.

O Governo precisa ouvir o eco de suas palavras a nos recordar que “em política, estar com a rua não é o mesmo que estar na rua.”

O Anticandidato a presidente no regime militar, o símbolo nacional da coragem. Doutor Ulysses não foi eleito, mas teve a envergadura de um grande líder, conduzindo o país nas diretas e na Assembleia Constituinte.

RESPEITEM O PRESIDENTE DA OPOSIÇÃO!

Ao clamar pela firmeza de posições e oposição consciente, Ulysses disse que “Mesmo que tenhamos divergências naturais, é preciso que nos unamos numa trincheira comum. Há um inimigo comum, um adversário comum. São aqueles que se apropriaram do poder e só através de nossa união é que poderemos lhes expurgar”.

O Dr Ulysses Guimarães, recorda-nos com sabedoria que – A DEMOCRACIA É O ESPAÇO DA CONVIVÊNCIA DOS DIFERENTES – e que – Governar é encurtar distâncias. Governar é administrar pressões, e as pressões primárias e diretas são as do lugar onde se vive, trabalha, estuda, sofre e ama.

Para os parlamentares dessa Casa de Leis, a memória de Ulysses Guimarães nos recorda ainda que – A estátua dos estadistas não é forjada pelo varejo da rotina ou pela fisiologia do cotidiano – .

No contraponto e no seu papel, no cumprimento do dever ético e moral, Ulysses acreditava fielmente que – a oposição dará à administração a mais alta, leal e eficiente das colaborações: a crítica e a fiscalização.

A Oposição sabe, com humildade, que não é dona da verdade. Pois, a verdade não tem proprietário exclusivo e infalível.

Porém sabe, também, que está mais vizinha dela e em melhores condições para revelá-la aos transitórios detentores do poder, dela tantas vezes desviados ou iludidos pelos tecnocratas presunçosos, que amaldiçoam e exorcizam os opositores, pelos serviçais de todos os governos,

A oposição oferece ao governo o único caminho que conduz à verdade: a controvérsia, o diálogo, o debate, a independência para dizer sim ao bem e a coragem para dizer não ao mal, a democracia em uma palavra.

Missão não se pede. Aceita-se, para cumprir, com sacrifício e não proveito.

Quanta falta faz Ulysses Guimarães atento a que A ÚNICA COISA QUE METE MEDO EM POLÍTICO É O POVO NA RUA.

Ulysses Guimarães marcou um momento da vida brasileira porque foi timoneiro, foi condutor, porque soube nos liderar em mares tempestuosos. A atuação séria e dedicada de Ulysses fez com que ele conquistasse um “respeito suprapartidário”. Portanto, é preciso cultuar não apenas a figura do Dr. Ulysses, mas principalmente seu exemplo histórico.

NÃO DEIXEMOS ESSA CHAMA SE APAGAR!

O Senhor Diretas faz muita falta ao Brasil. Atualíssimo e necessário o seu brado: “o princípio inaugural da República é não roubar, não deixar roubar e colocar na cadeia quem rouba”.

Elegendo-se onze vezes deputado federal, manteve espantosa coerência político-ideológica. Foi elegante nas horas mais difíceis, cordato nos momentos de tumulto, e sempre parlamentar, o que significa a capacidade de dialogar quando a negociação parece impossível. ENTENDIMENTO VOCÊ PODE FAZER ATÉ NA 25ª HORA. INVENTA UMA HORA PARA O ENTENDIMENTO!

Nunca é demais lembrar esse ensinamento do presidente mais longevo do PMDB, e que deve servir como lema para estes tempos difíceis: “Desenvolvimento sem liberdade e justiça social não tem esse nome. É crescimento ou inchação, é empilhamento de coisas e valores, é estocagem de serviços, utilidades e divisas, estranha ao homem e a seus problemas, é inacessível tesouro no fundo do mar, inatingível pelas reivindicações populares.”

Ulysses não era um político comum. Sabia que ganharia ou perderia pela voz e pelo gesto. Mas queria construir um partido e este se faz com homens (bastam uns poucos, decididos, dizia ele), mas só se mantém no poder democrático com ideias. Sabia que a vitória sem rumo leva ao caos. Acreditava na política com compromissos, a serem assumidos com responsabilidade.

Ulysses Guimarães acumulava o cargo de presidente da Constituinte com os de presidente da Câmara, do PMDB e também o de vice-presidente da República. Os jornais só se referiam a Ulysses como “tetra presidente”.

Ulysses, ao sentir a apunhalada de Quércia, cujo surgimento e ascensão na política sempre foram debitados a ele como um dos seus pecados capitais, respondeu com um belo e curto discurso, preconizando a sua morte com dois anos de antecedência:

“Este discurso eu escrevi com o coração e o leio com os olhos úmidos. Na política, mais difícil do que subir é descer. É descer não carregando o fardo podre e fétido da vergonha. Desço. Vou para a planície, mas não vou para casa. Vou morrer fardado, não de pijama.”

A partir daí, Ulysses, como avisara nesse mesmo discurso, sentiu-se liberado para voar rumo à liberdade, a liberdade de ser apenas ele, o lobo solitário de todas as epopeias: “Vou livre como o vento, transparente e cantando como a fonte.”

E o anticandidato à Presidência da República de 1973, o “Senhor Constituinte” de 1987-1988 e o “Senhor Impeachment” de 1992 transformou-se no “Senhor Democracia”, um líder sem cargos, que passou a pairar acima dos partidos.

Tem um aforisma árabe que diz: – “Meu pai negociava poeira e foi carregado pelo vento.” O velho e sábio, Ulysses Guimarães, eterno presidente do PMDB, o homem do “Navegar é preciso”, gostava de lembrar: – “Quem lida ou se envolve com coisas pequenas, pequeno se torna. Quem labora com coisas grandes, grandioso fica.”

No Jingle de sua campanha presidencial uma providencia ainda necessária:

“Bote fé no velhinho / Que o velhinho é demais / Bote fé no velhinho / Que ele sabe o que faz / Vai limpar o Brasil / Do Oiapoque ao Chuí / E acabar com a molecagem / Que tem por aí…

Que falta faz o Dr. Ulysses. Não é por ausência de originalidade ou por mero elogio póstumo que o comentário se repete. É por convicção que, nos momentos mais difíceis, o talento do deputado Ulysses Guimarães estaria trabalhando pela melhor solução. Com ousadia, se preciso, e com diálogo, sempre.”

Pessoas próximas a Ulysses Guimarães sabiam de duas das suas paixões: as crianças e o mar. Como se fosse uma morte escolhida, o helicóptero que transportava o deputado, a mulher, Mora, o ex-senador Severo Gomes e a esposa, Henriqueta, de Angra dos Reis (RJ) a São Paulo caiu no mar em 12 de outubro de 1992, Dia das Crianças. Os corpos de todos os ocupantes da aeronave foram encontrados, menos o de Ulysses, que parece ter tido mais um pedido atendido: “Quando eu morrer, se me botarem num caixão, pode dizer que ali vai um homem contrariado”.

O PMDB comemora o centenário de nascimento de Ulysses Guimarães. Grande artífice da Constituição de 1988, deixou um exemplo de coerência, de combatividade e de integridade política para qualquer jovem que queira inspiração para entrar na política de cabeça erguida e com o coração ardente.

Seu corpo desapareceu nas águas do Atlântico, em 12 de outubro de 1992, mas o seu exemplo está mais vivo do que nunca.

QUE POSSAMOS SEGUIR SEUS ENSINAMENTOS, sempre nos curvando e reverenciando sua Excelência, o cidadão brasileiro, em especial os do Estado do Paraná.

Em nome da LIDERANÇA DO PMDB NESTA CASA, desejo que a memória do Dr Ulysses Guimarães continue a nos inspirar e a motivar a todos para combater o bom combate.

Concluo com a célebre citação do homenageado dirigida à Nação, na promulgação da Constituição Cidadã, adaptado ao nosso Estado:

O PARANÁ QUER MUDAR. O PARANÁ DEVE MUDAR. O PARANÁ VAI MUDAR. MUDAR PARA VENCER. MUDA PARANÁ!”

Fotos: Pedro de Oliveira/Alep e arquivos/Google