O governo-tampão do Tocantins eleito neste domingo (24) foi escolhido por menos da metade do eleitorado apto a votar no Estado. Disputaram o 2º turno: Mauro Carlesse (PHS) e Vicentinho Alves (PR). Juntos, os candidatos receberam 490.461 votos – isso equivale a apenas 48,16% do eleitorado tocantinense. Carlesse foi eleito com 75,1% dos votos válidos contra 24,9% de Vicentinho. O “não voto” (soma de brancos, nulos e abstenções) foi de 527.868 votos (51,84%). Estavam aptas a votar na eleição do Tocantins 1.018.329 pessoas. As informações são do Poder 360.
O movimento do “não voto” já tinha se desenhado no 1º turno das eleições suplementares quando cerca de 43,5% dos eleitores do Tocantins haviam deixado de ir às urnas. Apenas 574.915 registraram voto em algum dos 7 candidatos.
A eleição suplementar para o governo de Tocantins envia 1 recado claro sobre o que pode se passar na eleição geral no Brasil, no dia 7 de outubro: muita gente não está mais se dando ao trabalho de votar.
O voto no Brasil é obrigatório, mas a multa por não comparecer à seção de votação é pequena: cerca de R$ 3. Além do mais, é fácil justificar a ausência. As eleições gerais de outubro de 2018 podem registrar uma das maiores taxas de abstenção desde a volta do Brasil à democracia, em 1985.
As pesquisas de intenção de voto indicam que 1 número recorde de eleitores segue se declarando indefinido nesta fase da campanha. O último levantamento do DataPoder360, realizado de 25 a 31 de maio de 2018, mostrou que os que votam em branco e nulo variam de 36% a 40%, a depender do cenário testado.
Essa possível alta taxa de abstenção tende a beneficiar os candidatos ao Planalto cujo voto tem origem em grupos de eleitores mais engajados –neste momento, esses políticos são Jair Bolsonaro (PSL) e Luiz Inácio Lula da Silva ou quem PT o partido indicar.
No Amazonas, que também teve eleição suplementar para governador em agosto de 2017, a taxa de “não voto” também foi altíssima na comparação com eleições anteriores. Chegou a 36,3% contra 26,2% em 2014. Na capital, Manaus, cerca de 45% dos eleitores não se deram ao trabalho de escolher algum nome.
A eleição suplementar no Tocantins foi convocada após a cassação do mandato ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice dele, Cláudia Lelis (PV). Os 2 foram considerados culpados por captação ilegal de recursos para a campanha eleitoral de 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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