“Não há risco de inundação”, afirmou nesta terça-feira (17) a assessoria de Itaipu Binacional sobre o impacto da abertura de um dos vertedouros da usina para as regiões localizadas às margens do Rio Paraná, posteriores à barragem.
A vazão do vertedouro aberto era de 1,4 milhão de litros por segundo no início da tarde deste terça, fluxo tecnicamente igual ao das Cataratas do Iguaçu, que é de 1,5 milhão.
A cena pouco comum tinha ocorrido pela última vez em 23 de outubro de 2021, para controle do nível do reservatório e manter a segurança da barragem da usina localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Conforme a assessoria da hidroelétrica, para evitar inundações, o ‘jusante’, que é o nível do leito após a barragem, é levado em consideração.
Além da segurança para a população, o Acordo Tripartite, entre Argentina, Brasil e Paraguai impõe limites de variação por hora e por dia nos níveis do rio. O máximo é de dois metros dois metros em 24 horas, segundo a assessoria.
“Todas as usinas têm que controlar o quanto de água tem a montante, acima dela, e quanto de água ela vai liberar a jusante, abaixo dela do rio. Então é justamente quanto se libera do vertedouro que se leva em consideração esses dois fatores”.
“Você quer evitar inundações a montante, mas também a jusante tem que se manter um fluxo mínimo de água ou evitar soltar muita água ao mesmo tempo”, explicou o professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maurício Tolmasquim.
Itaipu possui três vertedouros, cada um com seis comportas. Desde sábado (14) um destes vertedouros está aberto para controlar o nível do reservatório.
“Vertedouro existe na hidrelétrica justamente para quando a água do reservatório chega em determinado nível, poder justamente verter a água […] Então está tudo funcionando como deveria funcionar, ou seja, num momento de mais chuva, abre-se as comportas, os vertedouros das hidrelétricas”, afirmou Tolmasquim.
Energias renováveis
O aumento de produção de energias renováveis no Brasil tem tido impactos significativos para a Itaipu. Em 1997, ela era responsável por 25% de toda energia consumida no país. Atualmente, representa 8,4%.
Especialistas e a empresa atribuem essa queda à participação de novas fontes de energia no sistema brasileiro, o que tornou a usina uma espécie de “bateria”, uma reserva para momentos de emergência.
Com custo mais baixo de produção, essas novas fontes são preteridas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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