Há, nesta praça de Curitiba, números de pesquisas eleitorais para todos os gostos, que são muitos e variados. Em qual confiar? Dizem os analistas mais respeitados que a situação ficou difícil para os pesquisadores que enfrentam situação inédita. Depois da internet e da Lava Jato, a precisão ficou impossível. Nenhum instituto é capaz de superar as novas dificuldades de coleta de opiniões para dizer quem é o favorito entre Rafael Greca e Ney Leprevost.
1 – Há grande volatilidade entre os eleitores. Uma parcela considerável está propensa a mudar o voto sempre que uma nova informação modificar seu conceito sobre o candidato que apoia no momento. Para eles, nenhum dos candidatos tem imagem sólida, consistente, para conquistar seu voto em definitivo. Seja por conhecê-lo pouco ou pelas más companhias.
2 – Uma parcela que pode chegar a 1/3 dos eleitores afirma que pretende votar nulo, em branco ou se abster, soma-se a outra, menor, que declara que sua escolha não é definitiva e que pode mudar o voto, é quase impossível oferecer um retrato preciso do momento.
3 – As curvas que mostram tendências se modificam rapidamente, confundindo a análise. As ondas em favor ou contra candidatos são rapidíssimas. Isso dificulta pesquisas de campo, que levam dias entre a coleta de opiniões e o relatório final. Nesse meio tempo tudo pode ter mudado a ponto de indicar resultado oposto.
4 – As pesquisas rápidas, como o tracking, passaram a ser ferramentas mais úteis. Capazes de flagrar mudanças que a pesquisa mais lenta não identifica ou identifica de maneira lenta e ineficiente, o que ajuda a confundir.
5 – Há variáveis não controladas pelas campanhas dos dois candidatos. O feriado prolongado decretado pelo prefeito Gustavo Fruet, derrotado em sua tentativa de reeleição, deve aumentar a abstenção com o funcionalismo público municipal liberado para viajar. O feriadão, que começa no sábado e termina na quarta, deve reduzir os votantes de domingo. O governo estadual antecipou o pagamento dos salários para a sexta, 28, o que também será um estímulo para trocar o exercício do voto por pequenas férias do funcionalismo estadual.
Diante disso, impossível apontar um favorito absoluto em Curitiba. Rafael Greca ou Ney Leprevost? Só depois das urnas de domingo. Até lá, só há um evento com dimensão capaz de modificar o quadro marcado para um momento muito próximo da eleição. É o debate da RPC/Globo, na sexta-feira à noite. Tudo o mais é o que o eleitor, com a cabeça mais confusa do que nunca, já viu.
Charge: Jean Cabral
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