No depoimento na CPI da Petrobras nesta terça-feira (12), o ex-deputado André Vargas (ex-PT) fugiu o quanto pode dos questionamentos feitos pelos parlamentares. Vargas preferiu o silêncio sobre o envolvimento com os desvios de recursos públicos da estatal brasileira. Das várias perguntas que a comissão fez Vargas se limitou a responder “Eu vou manter o direito ao silêncio”.
Durante as duas horas de sessão, o semblante de tranquilidade de Vargas mudou. Quando foi questionado se se sentia abandonado por seus antigos companheiros do PT, Vargas ficou em silêncio e negou tem recebido a visita de algum político na cadeia. “Como é padrão da Justiça, apenas recebo visita de parentes”.
Ficou evidente que a partir deste momento o ex-deputado ficou incomodado até o final da sessão. O resultado da CPI foi pouca, mas serviu para mostrar que o PT ainda tem receio de Vargas abrir o bico. Vargas negou que tenha recebido R$ 2,4 milhões de Youssef. Mas confirmou amizade com o doleiro. “Conheço o Youssef há mais de 30 anos, ele nasceu no mesmo lugar que eu, conheci ele vendendo coxinha”.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) comentou o depoimento de Vargas. “Eu sinceramente não esperava que o depoente não utilizasse o espaço na CPI para falar, até porque, quando André Vargas exerceu seu mandato de deputado e diretor nacional de comunicação do PT, era um falastrão, e hoje é um caladão. Se cala porque se falar, se enrola. Vale para ele, o que vale para todos, o instrumento de ficar calado ou se manter em silêncio é apenas para afirmar publicamente que a sua culpa existe e que a condenação vira”.
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