O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que comandou a organização da Copa do Mundo do Brasil, movimentou R$ 464,56 milhões, no período que antecedeu a realização da competição. Teixeira presidiu o comitê organizador local da Copa-2014, entre 2009 e 2012, quando renunciou ao cargo e à presidência da CBF. Foi nesse período que o Coaf, vinculado ao Ministério da Fazenda, identificou as movimentações de quase meio bilhão de reais e as considerou “atípicas”. As informações são d’O Diário de Maringá.
As informações integram relatório da Polícia Federal produzido em janeiro deste ano. Segundo o documento da PF, o relatório do Coaf demonstrou ainda que Teixeira mantinha contas no exterior e repatriou valores para comprar um apartamento de R$ 720 mil, no Rio de Janeiro. Agentes federais afirmam que o cartola carioca “não teria como justificar os valores envolvidos na aquisição” e, por isso, trouxe dinheiro de fora do País.
A apuração da PF apurou também que o imóvel valeria, pelo menos, R$ 2 milhões. Essa operação financeira foi revelada pela imprensa, em 2011. Quem vendeu o apartamento foi Cláudio Abrahão. A família dele é dona do Grupo Águia, fornecedor da CBF.
A PF indiciou Ricardo Teixeira pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documento público. Até o fechamento desta edição, o cartola não havia sido localizado pela reportagem.
A Fifa baniu, ontem, em caráter provisório, mais um dirigente esportivo suspeito de participação no esquema de corrupção que, segundo a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI, pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões. A propina era cobrada durante as negociações de contratos publicitários, transmissões de jogos e na escolha dos países-sede das duas próximas copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022). Até agora, a entidade proibiu 14 pessoas de frequentar as atividades.
Por decisão do Comitê de Ética, o secretário-geral da Concacaf, Enrique Sanz, citado nas investigações, o presidente e o secretário-geral da Associação de Futebol do Congo, Jean Guy Mayolas e Badji Wantete, respectivamente, foram afastados. Todos foram proibidos de promover atividades relacionadas ao futebol em seus países ou no âmbito internacional. A Fifa não esclareceu as razões do banimento.
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