O advogado Tulio Bandeira, candidato do PTC ao governo do Paraná, concedeu entrevista à BandNews de Curitiba, na manhã nesta segunda-feira (25). Na emissora, Tulio Bandeira teve a oportunidade de detalhar suas propostas como a implantação de parcerias público-privadas para a gestão dos presídios, o enxugamento da máquina pública e a modernização do atendimento na saúde.
A rebelião que acontece desde ontem em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi um dos temas da entrevista. Para Tulio Bandeira, as parcerias público-privadas podem ser uma solução. “Vai ser mais ágil, competente, onde o presidiário trabalhe, conquiste dias de remição de pena, redução na pena, em fim vai dar mais celeridade no processo”, disse.
Leia a seguir a íntegra da entrevista.
BandNews – O senhor não tem experiência como politico no poder executivo e legislativo, isso não pode atrapalhar de alguma forma o projeto de governo, ou ainda eleito afetando a gestão?
Tulio Bandeira – Na verdade, trabalhei oito anos na Assembleia Legislativa, tive acompanhamento na função do legislativo estadual, tive contato com prefeitos da região, sou advogado, fui advogado de prefeitos, acompanhei gestões administrativas, fui candidato e coordenador de várias campanhas de prefeitos, enfim, tenho bastante conhecimento na administração pública e na privada, o que é muito importante.
Então o senhor nunca tendo exercido um mandato, não irá prejudicar sua candidatura?
Isso não quer dizer nada.
O senhor já defendeu o enxugamento da máquina pública. Como o senhor vai fazer isso? Qual seu projeto, para que o funcionalismo publico não seja prejudicado e acabe comprometido por esta redução?
Fazer a redução de 29 secretarias para 12. Fazendo a fusão de secretarias, esta economia só de salario de secretário e chefe de gabinete, economizaremos mais de R$ 600 mil por mês. Toda a estrutura de 17 secretarias extintas, teremos um valor de economia no orçamento do Estado de mais de R$ 100 milhões ao mês, sendo investidos na educação, saúde, agricultura. Em todas as áreas deficientes do estado.
Além de reduzir o número de secretarias, também tem a redução na quantidade de servidores comissionados?
Com certeza. Hoje tem mais de 3500 cargos de servidores comissionados, eu vou reduzir para 800. Os funcionários públicos serão mais efetivos e bem aproveitados, são funcionários ótimos, que de repente estão a disposição de algum outro lugar, fora de função inclusive, que esta ocupado por cargo de comissão. No meu governo a gente vai reduzir e aproveitar muito o funcionário do estado.
O senhor já tem em vista quais pastas ou secretarias, quais delas de alguma forma seriam unificadas?
A exemplo de educação e esporte e cultura, vão estar juntas. Vai ocorrer uma unificação de secretarias, de 3 se faz uma. Um único secretario, comandando uma única secretaria, em um único prédio, com um único motorista com um único veiculo. Com isso vamos ter redução mais de R$ 100 milhões por mês e assim sucessivamente. No meu site esta disponível tudo isso, todas as fusões e como vou complementar isso
A gente fala sobre um assunto que mexe muito com os paranaenses candidato, que é o pedágio. Em entrevistas anteriores, o senhor declarou que é a favor de pedagiar todas as estradas do Paraná. Em uma entrevista dada ao G1, a sua defesa é de que as concessionárias vão administrar melhor as rodovias do estado?
Na verdade é assim. O Estado administra mal. Sou a favor de privatizar todas as estradas do Paraná, desde que a gente saiba o valor e o custo, o custo de construção, manutenção, conservação e ampliação… Então, os paranaenses tem que saber qual é o custo. A concessionária do pedágio tem que ganhar, assim como todas profissões tem que ter ganho, mas tem que ser um ganho real, e real que a população possa pagar. A exemplo, São Paulo, o valor é a metade do preço do Paraná, a gente tem que abrir as planilhas do pedágio para ver qual é o valor, e se estiver exorbitante, a gente vai entrar com uma ação imediatamente contra a o contrato do pedágio.
Seguindo esta lógica das privatizações das estradas ou dos pedágios do Paraná, ontem quando a gente recebeu informações desta rebelião que acontece em Cascavel, o senhor em sua rede social disse ser favorável ao sistema de parceria público e privada para administração e gestão dos presídios. Qual é sua ideia para dar conta desta atual crise que vive o sistema carcerário paranaense?
Da mesma forma de parceria pública e privada, vai ser mais ágil, competente, onde o presidiário trabalhe, conquiste dias de remição de pena, redução na pena, enfim, vai dar mais celeridade no processo. Pode ter certeza que vai afastar a corrupção nos presídios, como esta acontecendo em Cascavel.
Mas hoje o detento é responsabilidade do Estado, como que iria ser feito isso sem que o próprio governo se redimisse desta responsabilidade?
Com uma alteração na LEP (Lei de Execução Penal), que permite que o preso trabalhe, sendo este trabalho terceirizado.
Agora falamos sobre educação, sua proposta é de implantar o ensino integral nas escolas em todo o estado, como o senhor pensa em fazer isso sem transformar em depósito de crianças?
Na verdade é assim, recursos a gente vai ter da grande economia, vamos ampliar e reformar as escolas, fazendo num primeiro momento que o ensino seja integral da forma normal durante um turno, e no segundo turno empreendedorismo, cultura, esportes… Enfim, até que a gente consiga adequar ao quadro que tem que ser normal no estudo em todos os horários.
No começo, será um contra-turno, desta forma incentivando a cultura, o esporte, o empreendedorismo. E num segundo momento, a gente vai ampliar isso para todo o Estado.
O projeto envolve a implantação do ensino integral em todas as escolas, por que tem um custo muito alto disso em relação a alimentação, enfim, um dos principias custos. A maquina pública daria conta disso com esta economia que o senhor pretende fazer em relação ao enxugamento e fusão de secretarias?
Com certeza absoluta. Tem estado que já esta fazendo isso e não é a quinta economia no Brasil. O Estado do Paraná é um povo pujante e trabalhador, somos a quinta economia no país, somos um celeiro do mundo, exportamos muito cereal, muitos produtos, e temos candidatos, ex-senadores e governadores dizendo que o estado esta quebrado. Isso é uma vergonha, uma incompetência e uma falta de gestão absoluta no Estado.
O senhor disse que trabalhou muito tempo na ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná), trabalhou junto ao líder do governo na Casa (Beto Richa), trabalhou em campanhas anteriores com o atual candidato a reeleição, isso não atrapalha de certa forma seu projeto de governo?
Não. Por isso que eu como toda a população esta descontente com os governantes que estão ai postos, não concordo com o jeito de administrar nem do ex-governador, nem do atual, e por isso estou sendo candidato a governador, dispondo meu nome para ser governador do Paraná e fazer a verdadeira renovação que o estado precisa.
Como o senhor vai fazer esta renovação?
Estimulo da secretaria, enxugamento da maquina pública que tem que ser feito, ouvindo as pessoas, andando por toda a parte e regiões. Sou o único candidato que vive o interior, vive a realidade da população do interior. O interior do Estado não é no sudoeste do Paraná que é minha região, o interior esta aqui a 10 quilômetros de Curitiba, e vive uma situação do interior, e as vezes as determinações e projetos são feitos para Curitiba e grandes centros e a população fica a mercê deste atendimento. Então quero fazer isso de forma regionalizada, por vocação de região, enfim ouvindo as pessoas. Sou um governador que vai andar, tenho uma obrigação como governador, deixar a vida de todos mais fácil e é isso que eu vou fazer.
O senhor também defende que os paranaenses tenham assistência técnica gratuita de arquitetura e engenharia, como seria isso?
Na verdade o povo esta carente de tudo. De um bom atendimento, de uma boa informação, a gente vai fazer um cadastramento publico para que engenheiros, todas profissões se cadastrem no estado. Um profissional liberal ao receber seu diploma tenha uma fé pública, que ele assuma seu compromisso, e esta fé pública pode ser passada pro estado com um credenciamento onde este cidadão vai prestar um serviço de excelência junto ao IAP, juntos aos órgãos de governo do estado e ai vamos chegar ate a população de uma forma simples e direta, dando velocidade ao atendimento da população.
O senhor fala também da velocidade no atendimento, são projetos também na área da saúde que seria telemedicina, como funcionaria isso?
Telemedicina é médico a médico. O que o corre hoje, um paciente vai ao Tatuquara, fazer exame em uma UPA ou PA, faz um exame de rádio x pra laudar o exame e dar o resultado, isso demora 3 dias, uma semana. Com a telemedicina usando a informatica da CELEPAR, que é mau usada no estado, nós vamos usar e fazer isso em tempo real. Faz o exame lá no Tatuquara vai na internet, uma central de laudos, que estará equipa em Curitiba e todas as regiões, em momento real o paciente já sai com o resultado do exame e leva ao médico dele. Para que ele tenha o receituário pra tratar o exame. E que ele não fique esperando e sofrendo doente com isso, vamos dar uma velocidade muito rápida e ágil para isso, com a certeza de que teremos especialistas em todas as regiões.
E no seu governo, as especificações em relação ao turismo, especialmente quando se fala de turismo de negócios. Quais são as medidas que estão sendo pensadas pelo senhor para este setor?
Sou advogado de varias empresas multinacionais na Europa, Ásia e Emirados Árabes. Sou presidente de uma câmara de comercio e negócios no Brasil e multipartes, da liga cultural árabe-brasileira, e estamos fazendo contato já, a mais de três anos com empresas, trazendo turismo de negócio, oferecendo o Brasil e dando segurança jurídica aos investidores internacionais, por que o maior problema é esse, o investidor internacional tem medo da insegurança jurídica que o país não oferece a contento para eles. Estamos fazendo isso através destas câmaras, liga cultural, advocacia, e dando muita segurança a eles, para que ele possam investir no Paraná, que é um estado pujante e trabalhador, e eles vão ter certeza do retorno do investimento que estarão fazendo no Estado.
E vamos fazer isso de forma regionalizada. Foz do Iguaçu: totalmente turística, Cataratas, Itaipu, Argentina, Paraguai, aeroportos num raio de 3 quilômetros. Então, faremos um investimento que tem que ser feito lá. E trazendo investidor para a região do litoral, enfim, cada região tem a sua vocação. E faremos investimento desta forma.
Vão funcionar como cidades polos?
Não. Cada região tem um ponto, seja agronegócio, pequenas empresas, industria. Vamos mostrar toda a características do Paraná de forma vocacional, vamos ver a região, qual a sua vocação e usar isso numa forma de turismo de negócio aos investidores internacionais e nacionais que queiram investir.
Deixe um comentário