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MST realiza mutirão de colheita de feijão orgânico em Castro para famílias de Ponta Grossa

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza nesta quarta-feira (13) e neste sábado (16) novos mutirões de colheita de feijão orgânico, desta vez em duas comunidade de Castro. Os grãos farão parte de uma doação de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social de Ponta Grossa, em fevereiro, depois que o feijão já estiver seco.

No último domingo, cerca de 100 trabalhadores do campo e da cidade se uniram em um mutirão para colher 4,2 mil quilos de feijão orgânico, no assentamento Contestado, na Lapa (PR). A ação é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da região Sul do Paraná e pelo coletivo Marmitas da Terra – formado por mais de 120 voluntários de Curitiba e região, e faz parte das ações de solidariedade voltadas a quem enfrenta a insegurança alimentar diariamente.

A forma da produção e a destinação do alimento transformou o que poderia ter sido uma simples colheita em um dia para renovar as esperanças. Localizada em uma área cedida por famílias camponesas da comunidade, a lavoura é livre de agrotóxicos e foi plantada e cuidada a várias mãos, a partir de mutirões com pessoas voluntárias vindas da cidade e moradores locais. O alimento colhido será partilhado com famílias em situação de vulnerabilidade e com três cozinhas comunitárias da capital.

Do povo para o povo

Depois de colhido, o feijão será destinado a espaços de trabalho coletivos para virar refeições em três cozinhas comunitárias de Curitiba: cozinha Marmitas da Terra, organizada pelo próprio MST; cozinha da União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT), localizada no Bolsão Formosa; e a cozinha organizada pelo Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), na sede do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios. Parte dos grãos também vai integrar as doações de alimentos feitas pelo MST na região sul do estado, previstas para fevereiro.

Para Neumari de Souza Leite, produtora agroecológica do acampamento Emiliano Zapata, de Ponta Grossa, e integrante da coordenação do MST do Paraná, os alimentos não podem ser mercadorias, e sim um direito de toda a população. “Pra nós isso [o feijão] é um alimento, e não um produto […]. O povo merece comer comida de qualidade. É uma grande satisfação o Movimento estar fazendo essa parceria em que a gente faz uma plantação orgânica e coletiva a nível de região”, afirma a agricultora Sem Terra.