Quatrocentos integrantes do MST ocupam neste momento a sede do Incra em Curitiba. A mobilização faz parte da jornada nacional de luta pela reforma agrária e prevê audiências sobre os assentamentos e acampamentos. Os sem terra cobram a estruturação de um plano para áreas de reforma agrária, que garanta a infraestrutura dos assentamentos: construção e reforma de escolas, garantia de recursos para a habitação, construção e revitalização de espaços culturais e postos de saúde.
Os sem terra também reivindicam a continuidade da assistência técnica que estimula a cooperação e a produção, respeitando e garantindo a participação das organizações das famílias assentadas, e a ampliação de programas para a agroindustrialização e comercialização dos alimentos produzidos.
Os sem terra cobram a vistoria, desapropriação, arrecadação de áreas para serem destinadas os camponeses paranaenses acampados. Atualmente são aproximadamente 8 mil famílias em acampamentos, vivendo em beiras de estradas e em áreas ocupadas, e que muitas vezes são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio.
Em 31 anos de lutas, o MST no Paraná, tem 28 mil famílias acampadas e assentadas, distribuídas em 148 municípios. São 324 assentamentos, com 21 mil famílias assentadas, e 72 acampamentos com 8 mil famílias acampadas, algumas há mais de dez anos.
Na educação, são 12 escolas itinerantes (escolas de acampamentos), sendo três até o ensino médio, são 120 escolas da rede municipal, 23 colégios da rede estadual que atendem aproximadamente 7.200 educandos, e quatro Centros educacionais de agroecologia.
Na produção, há 18 cooperativas da reforma agrária distribuídas pelos assentamentos do Paraná. Elas organizam as unidades de produção agroindustriais de acordo com as necessidade das famílias, contribuem na gestão da assistência técnica, capacitam as famílias assentadas, nas atividades desenvolvidas nos lotes, na conversão da matriz tecnológica convencional para a matriz tecnológica agroecológica. Essas cooperativas ajudam na comercialização dos alimentos produzidos nos assentamentos.
O Brasil tem uma quadrilha institucionalizada que age com a complacencia do governo federal.