O Ministério Público pediu novo depoimento do ex-auditor fiscal Luiz Antônio de Souza sobre o envolvimento do senador Roberto Requião (PMDB) e do ex-secretário Heron Arzua (Fazenda) em casos de corrupção na Receita Estadual entre 2003 e 2010. Souza vai depor à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público. O MP considerou insuficiente o conteúdo encaminhado pelo Gaeco. Com informações de Diego Ribeiro na Gazeta do Povo.
Por ser senador, Requião tem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) e o caso precisaria ser encaminhado à Procuradoria Geral da República para seguir adiante.
No depoimento, Souza afirma que quem “quisesse resolver problema na Receita tinha que falar com o Heron Arzua”, que foi secretário da Fazenda no governo Requião, entre 2003 e 2010.
“O escritório [de advocacia] dele que resolvia sobre qualquer coisa. Ele tinha um escritório, filho, filha ou parente dele”, declarou o auditor, que, na época, acabara de firmar um acordo de delação premiada para colaborar com as investigações do Gaeco, em troca de benefícios como a redução da pena.
Segundo ele, Arzua e Requião seriam sócios nesse escritório. A suposta solução dos problemas na Receita indicada por Souza aconteceria no Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais e não na fiscalização, conforme teria ocorrido nos últimos anos.
O advogado do delator, Eduardo Duarte Ferreira, afirmou que seu cliente não tem nada contra o senador ou qualquer outra pessoa, mas que relatou fatos. “O Luiz Antônio vai ratificar integralmente tudo o que disse (na Promotoria do Patrimônio Público) e deve acrescentar novos fatos. A corrupção na Receita não começou nem terminou no governo Requião e em governo algum”, disse.
Foto: Pedro França/Agência Senado
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