Gazeta do Povo
O Ministério Público Estadual (MP) abriu investigação criminal para apurar a denúncia de “venda” de cargos comissionados no Porto de Paranaguá em troca de apoio partidário nas eleições deste ano e a suspeita de arrecadação ilegal de recursos para financiamento de campanhas na cidade do Litoral.
A pedido do MP e com autorização da Justiça, a Polícia Federal cumpriu ontem mandado de busca e apreensão no porto. Dezenas de documentos, computadores e imagens internas do circuito de segurança da sede da administração portuária foram recolhidos pelos policiais.A denúncia apresentada ao Ministério Público Estadual (MP) aponta que o PSL (Partido Social Liberal), em troca do apoio ao PSDB na eleição deste ano, “ganhou” o direito de indicar nomes para cargos comissionados no Porto de Paranaguá. E que “vendeu” ao menos uma dessas vagas.
Além de coletar informações para embasar a investigação, o mandado de busca e apreensão que a Polícia Federal cumpriu na tarde de ontem na sede do Porto de Paranaguá teve por objetivo evitar que eventuais provas venham a desaparecer.
A Gazeta do Povo apurou que o Ministério Público Estadual (MP) recebeu a denúncia de que dados do sistema de informática da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) teriam sido apagados nos últimos dias. A busca e apreensão, cuja ordem foi emitida pela 1ª Vara Criminal de Paranaguá, foi acompanhada pelo novo superintendente do porto, Luiz Dividino, que assumiu o cargo na última segunda-feira. Durante quase três horas, policiais federais percorreram vários departamentos da Appa lacrando computadores e recolhendo documentos.
Dividino não quis falar com a reportagem. O delegado federal Renato Lima, que coordenou a operação, disse que a presença da PF foi solicitada pelo MP e que só o Ministério Público poderia comentar o caso. Na Promotoria do Patrimônio Público do MP, o caso está sendo tratado sob sigilo de justiça. O órgão informou apenas que os itens apreendidos serão enviados para a perícia.
O mandado de busca e apreensão foi cumprido exatamente uma semana após a demissão do engenheiro Airton Maron do cargo de superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Segundo a versão oficial do governo do Paraná, Maron foi substituído por Luiz Dividino por razões técnicas, para acelerar os investimentos no porto.
Porém, Airton Maron é um dos investigados pelo MP porque o caso ocorreu sob sua administração. E o suposto esquema teria sido montando com o objetivo de beneficiar a campanha eleitoral de seu primo, Alceu Maron Filho, presidente do PSDB de Paranaguá e pré-candidato à prefeitura da cidade. Também são investigados dirigentes de outros partidos na cidade, funcionários da Appa e empresas que operam no porto.
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