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MP apura falsificação de diplomas na Universidade Estadual de Londrina

Documentos foram apresentados visando promoções na carreira técnico-administrativa e trocas de cursos

por Silvana Leão, na Folha de Londrina

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) apura indícios de fraudes em certificados apresentados por estudantes e servidores da instituição para fins de trocas de cursos e promoções na carreira profissional. Desde meados de setembro do ano passado o Ministério Público (MP) do Paraná vem sendo comunicado sobre as possíveis irregularidades e, desde então, vários inquéritos foram abertos pela Polícia Civil. Os certificados sob suspeita referem-se a cursos de ensino médio, graduação e pós-graduação. Nenhum deles teria sido emitido pela UEL.

Como os casos vêm sendo investigados também em processos administrativos disciplinares internos, de forma sigilosa, a UEL não divulga o número exato de fraudes sob apuração. Porém a reitora em exercício, Berenice Quinzani Jordão, confirmou que cerca de 30 processos encontram-se em fase de averiguação. A reitora revelou ainda que já houve casos de servidores que tiveram a promoção suspensa por não ter sido confirmada a origem da documentação apresentada, e admitiu que novos casos podem ser confirmados.

Berenice lembrou que a legislação que prevê promoções e aumentos de salários para servidores mediante comprovação de qualificação é de 2006, e que por isso são recentes as primeiras ascensões sob este critério. Por tratar-se de uma lei relativamente nova, ela acredita que as supostas fraudes são algo inusitado na história da universidade. ”É algo que nos pegou de surpresa. Trata-se de uma situação que nos deixa bastante incomodados e preocupados”, disse a reitora em exercício.

No final da tarde de ontem a UEL informou por meio de nota oficial que os indícios de irregularidades em alguns documentos foram constatados pela Pró-Reitoria de Recursos Humanos em trabalho rotineiro de conferência de documentos. ”Em consequência, a UEL suspendeu imediatamente as promoções efetuadas com base nos documentos irregulares e instaurou processo administrativo disciplinar, visando a apuração de conduta e aplicação da correspondente sanção, que tramita em caráter sigiloso até a sua conclusão”.

A nota informava ainda que, em razão de os fatos caracterizarem, em tese, falsificação de documentos, a UEL cumpriu o dever de noticiar o Ministério Público, para as devidas providências dentro de sua esfera de competência.

A abertura de inquéritos policiais para apurar as possíveis fraudes foi feita a pedido do promotor de justiça Eduardo Diniz Neto, da Promotoria de Inquéritos Policiais de Londrina. As investigações têm o objetivo de comprovar ou não a falsidade documental e também a sua autoria, para só então apurar se são situações isoladas ou se há um grupo atuando para promover este tipo de fraude. Até a tarde de ontem o MP não havia apurado quantos casos estão sendo investigados pela polícia.