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Pelo segundo dia consecutivo, Curitiba (PR) e municípios da região metropolitana amanheceram sem ônibus nas ruas nesta terça-feira (27). Motoristas e cobradores mantiveram a greve geral iniciada ontem e desrespeitaram decisão da Justiça que determina circulação de frota mínima de veículos.
Ao todo, cerca de 2,2 milhões de pessoas dependem do transporte público na Grande Curitiba. A categoria reclama do atraso no pagamento do adiantamento salarial e de problemas na assistência médica.
A determinação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) é de que, em horários de pico, entre 5h e 9h e entre 17h e 20h, estejam nas ruas 70% da frota. No restante do dia, a exigência é de metade dos veículos.
O compromisso de retomar o serviço parcialmente a partir 0h de hoje havia sido assumido pelo presidente do Sindimoc (sindicato que representa os trabalhadores), Anderson Teixeira, na noite de ontem, durante uma audiência de conciliação e instrução.
O descumprimento da ordem judicial implica multa de R$ 300 mil ao Sindimoc e ao Setransp (sindicato patronal).
Uma nova audiência está marcada para as 14h30 desta terça-feira (27). Durante a reunião, governo do Estado, prefeitura de Curitiba e empresas do setor devem apresentar um plano para evitar atrasos no pagamento dos salários dos trabalhadores e quitar os valores referentes ao adiantamento salarial.
Em nota, a prefeitura de Curitiba informa que piquetes nas empresas de transporte coletivo impediram a saída de ônibus das garagens na manhã desta terça-feira. Em algumas empresas, a saída foi bloqueada por veículos com os pneus furados ou com a chave de ignição quebrada.
Na avenida República Argentina, um dos principais corredores de ônibus biarticulados da capital, todas as estações-tubo estavam sem cobradores. Nesta manhã, o corredor de ônibus era usada por ciclistas e muitos passageiros aguardavam a carona de lotações.
“Fomos pegos de surpresa. Os trabalhadores tinham falado que voltariam a trabalhar hoje com frota reduzida. Mas não foi o que aconteceu”, reclama o auxiliar administrativo João Ricardo Pereira, que esperava por uma lotação.
Apenas na segunda-feira, a Urbs (órgão vinculado à prefeitura que gerencia o transporte coletivo) havia cadastrado 679 veículos para fazer transporte alternativo de passageiros.
“Além de demorar para conseguirmos uma carona, temos de pagar R$ 6, duas vezes mais que o valor da passagem normal [R$ 2,85]”, queixa-se a comerciante Maria Izaura de Araújo.
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