Importante personagem no escândalo AMA/Comurb, o empresário Cassimiro Zavierucha, conhecido no meio político de Londrina como Carlos Júnior, foi sepultado ontem pela manhã no Cemitério Parque das Oliveiras (zona leste). Ele morreu na sexta-feira, aos 70 anos, vítima de problemas cardíacos. Segundo o empresário Roberto Vezozzo, amigo da família de longa data, Zavierucha teve dois infartos na manhã de sexta-feira e não resistiu. “Ele não estava doente. Foi algo súbito”. Atualmente, segundo Vezozzo, Zavierucha trabalhava com um dos filhos, com pesquisas de opinião. O empresário deixa esposa, três filhos e netos. As informações são da Folha de londrina.
Em dezenas de processos, Zavierucha foi acusado pelo Ministério Público (MP) de ser o operador do caixa dois do ex-prefeito Antonio Belinati, em seu terceiro mandato (1997-2000). O empresário era o responsável por movimentar dinheiro desviado da Prefeitura de Londrina, por meio de licitações fraudulentas nas extintas Autarquia do Meio Ambiente (hoje Sema) e Companhia de Urbanização (Comurb, hoje CMTU). Sua participação no escândalo ficou evidente com a apreensão da chamada “lista do Zavierucha”, onde o empresário contabilizava todos os pagamentos feitos a familiares e aliados políticos de Belinati.
Conforme a acusação do MP, o dinheiro veio da venda de 45% das ações da Sercomtel para a Copel, em maio de 1998, quando Jaime Lerner era governador, e foi usado principalmente para campanhas eleitorais dos aliados, como o ex-deputado federal José Janene (morto em 2010) e o ex-deputado estadual Antonio Carlos Belinati, filho do ex-prefeito.
Em fevereiro de 2002, ao ser interrogado em juízo sobre a lista, o tesoureiro admitiu tê-la escrito, mas alegou que os dados foram repassados por Eduardo Alonso de Oliveira, então diretor administrativo-financeiro da Comurb e réu colaborador das investigações. Alonso nega.
Com o falecimento, a Justiça deve decretar a extinção da punibilidade contra Zavierucha nos processos criminais e o MP deve habilitar os herdeiros do empresário nos processos por improbidade e ressarcimento do erário.
Foto: arquivo Folha de Londrina
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