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Morre o Jornalista Paulo Henrique Amorim aos 77 anos

 

O jornalista e apresentador Paulo Henrique Amorim morreu nesta madrugada aos 77 anos após sofrer um infarto fulminante. Ele havia acabado de retornar de um jantar com amigos e estava em casa, no Rio de Janeiro, quando passou mal. A informação foi confirmada pela Record. As informações são de Felipe Pinheiro, do UOL.

Em entrevista para o telejornal SP No Ar, o jornalista Michael Keller, que trabalhou com Amorim por quase 10 anos, lamentou a morte do colega:

“Ele era muito do contraditório. Era contundente nas colocações dele, mas também ouvia quando a gente falava. Já tive discussões com ele. Nessa hora só procuramos exaltar o profissional e a pessoa que ele foi. Mas tive discussões no ‘Domingo Espetacular’ em situações políticas e profissionais. O Paulo era desse jeito. Ele tinha um ponto de vista e dificilmente conseguia mudar o ponto de vista dele. A discussão era salutar. Era uma pessoa com quem que aprendi muito pelo contraditório”.

A apresentadora Ana Hickmann, que começou a carreira na televisão com Paulo Henrique Amorim no programa Tudo a Ver, disse que o jornalista acreditava em seu potencial.

“Acabei de chegar na emissora e recebi essa notícia. Tenho que confessar que ainda estou extremamente chocada. O Paulo Henrique foi uma pessoa muito importante. Foi ele que me deu a chance de começar minha nova profissão na televisão e me deu grandes conselhos na minha vida. Lembro da primeira ligação me convidando para trabalhar na Record TV. Como um grande jornalista como você vem procurar uma modelo para fazer esse tipo de trabalho? Ele falou, ‘eu acredito em você’. Foi assim que comecei minha história na TV. Como um grande jornalista como você vem procurar uma modelo para fazer esse tipo de trabalho? Ele falou, ‘eu acredito em você’. Foi assim que comecei minha história na TV. Desculpa, estou bastante emocionada”, afirmou Ana Hickmann.

Amorim deixa uma filha e a mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro.

Paulo Henrique Amorim trabalhava na Record TV desde 2003, onde apresentou o Jornal da Record – 2ª edição, ajudou a criar o Tudo a Ver e esteve à frente do Domingo Espetacular, até junho deste ano, quando foi afastado da revista eletrônica. Em nota, a Record informou que ele havia deixado o programa e que permanecia na emissora à disposição para novos projetos.

O jornalista estreou no jornal A Noite, em 1961, foi correspondente em Nova York da revista Realidade e foi da Veja. Na TV, passou também por Manchete e Globo, onde teve fases como correspondente internacional, Band e TV Cultura.

Em 1972, ganhou Prêmio Esso na categoria informação econômica pela reportagem “A renda dos brasileiros”, pela revista Veja.

Entre 2000 a 2004 ele passou pelo UOL, onde foi âncora do UOL News, programa pioneiro de jornalismo em vídeo na internet brasileira. Atualmente ele mantinha um blog, chamado Conversa Afiada, em que abordava assuntos sobre política e economia.

Jornalista controverso Paulo Henrique Amorim era conhecido pelo temperamento forte, por vezes polêmico, e chegou a enfrentar processos na Justiça.

Em 2016 ele foi condenado por racismo contra o jornalista Heraldo Pereira, da Globo. Em um post em seu blog Conversa Afiada, publicado em 2010, Amorim chamou o colega de profissão de “negro de alma branca”.

Ele já havia sido condenado a pagar 30 salários mínimos por ofensas ao jornalista Merval Pereira.

“Olá, tudo bem?”

Paulo Henrique Amorim fico famoso pelo bordão “olá, tudo bem?”. O conhecido cumprimento surgiu após a participação do jornalista em uma edição especial da rede americana CNN.

“A editora da CNN disse que gostaria que correspondentes estrangeiros saudassem o público americano na sua língua própria. Eu fiz uma vinhetinha falando ‘Olá, tudo bem?’, que é a maneira que nós brasileiros saudamos as pessoas”, disse ele ao extinto Programa do Porchat.

De volta ao hotel é que Paulo Henrique se deu conta de que havia encontrado um bordão: “Um americano que me viu na CNN me reconheceu e falou ‘olá, tudo bem?’ [imitando sotaque]. Aí eu [pensei]: ‘Opa, é um bordão’. E como diz o Boni, televisão é bordão”.