O empreiteiro Marcelo Odebrecht, um dos delatores da empreiteira na Operação Lava Jato, falou ao juiz federal Sérgio Moro em audiência em 10 de abril. Nesta quarta-feira, 12, o magistrado deu publicidade aos vídeos após decisão do ministro Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF), de tirar o sigilo sobre inquéritos relacionados à delação da Odebrecht. As informações são de Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo no Estadão.
“O prédio IL foi aquele pedido que eu comentei com o sr. Em meados de 2010, o Paulo Okamotto ou o Bumlai, um dos dois, fez o primeiro approach. Mas depois eu conversei com os dois. Veio dizer que o Bumlai e Roberto Teixeira tinham fechado um terreno que queriam que fosse a futura sede do Instituto Lula. Queriam que a gente comprasse o terreno e doasse. Eu tinha acertado o valor que em tese era para ser doado todo. Vocês não querem, vocês ficam pedindo aos poucos. Se arrancar do provisionamento que eu tenho com Palocci, tudo bem. Mas eu tenho que pegar autorização dele. Eu fui em Palocci e disse: ‘Palocci, pessoal tá querendo Instituto. Tem autorização sua para usar esses recursos no IL?’. Ele disse que sim. Eu fiz a transação, a gente comprou o terreno. Eu pedi a um amigo meu que prestava serviço para a empresa, de confiança, ele comprou o terreno no nome da empresa dele. Depois não andou em frente. Uma empresa nossa imobiliária acabou comprando o terreno para um empreendimento imobiliário. Depois não teve interesse. Eles resolveram comprar e depois desistiram. Foi feito um débito e lá na frente um crédito ao saldo Amigo”, afirmou Marcelo Odebrecht.
Neste processo é réu o ex-ministro Antonio Palocci, apontado como principal interlocutor do governo Lula com a empreiteira. No depoimento, Odebrecht confessou que Palocci era o “Italiano” que aparece nas planilhas secretas da empreiteira e que “Amigo” era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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