O juiz federal Sérgio Moro autorizou que as sessões da CPI da Petrobras sejam realizadas em Curitiba para ouvir presos da Operação Lava Jato. As oitivas devem ser feitas na primeira quinzena de maio na Assembleia Legislativa e abertas para a imprensa. A comissão ouvirá pelo menos 19 presos da operação encarcerados no Paraná. Novos requerimentos devem ser apresentados nos próximos dias para ouvir pessoas que foram presas recentemente, como o ex-deputado André Vargas (ex-PT).
Segundo o vice-presidente da CPI, Antonio Imbassahy (PSDB), as sessões em Curitiba devem ser concentradas em apenas três ou quatro dias, o que resultaria em pelo menos quatro depoimentos diferentes por dia. Para Imbassahy, a opção pela vinda da comissão ao Paraná é menos trabalhosa que a transferência dos detentos para o Distrito Federal.
“O translado de cada preso é uma logística muito complicada, precisa de aeronave, escolta, entendemos que a vinda para cá seria mais eficiente. Se fizer na ponta do lápis e no desempenho do trabalho, ganhamos em agilidade”, disse. “Se fossemos levar todos para Brasília, iria demorar seis meses”, disse o deputado Julio Delgado (PSB).
Atualmente, um ato interno da Câmara proíbe que detentos sejam levados para as dependências da Casa. O ato, porém, foi suspenso temporariamente em março, para que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que seria ligado ao PT, pudesse ser ouvido. Duque permaneceu em silêncio.
Os deputados também solicitaram informações que estavam sob sigilo para Moro, que acatou o pedido. Não foi detalhado quais documentos estão em posse da CPI, mas Imbassahy afirma que foi respeitado o sigilo de alguns dados que poderiam “prejudicar as investigações”. O principal objetivos dos deputados era obter a íntegra das delações premiadas.
Deixe um comentário