O Governo do Paraná vai intermediar as negociações para regularizar a situação de 800 famílias sem teto que moram em uma área de ocupação na Cidade Industrial de Curitib. A ocupação denominada Tiradentes é organizada pelo Movimento Popular por Moradia. Nesta terça-feira (29/09), representantes do governo estadual e do movimento se reuniram no Palácio das Araucárias para buscar encaminhamento para a questão. A primeira medida será encontrar um novo terreno com condições para abrigar o assentamento.
Com o terreno escolhido, um projeto técnico será elaborado e apresentado ao Ministério das Cidades para acessar a linha de recursos para compra da área, construção de casas e equipamentos públicos. “O Estado vai intermediar a questão para o quanto antes garantir moradia de qualidade para essas pessoas. Vamos buscar junto à União uma alternativa”, disse o assessor especial para Assuntos Fundiários, Hamilton Luiz Serighelli.
Com as negociações, o Governo quer garantir moradia digna às famílias e evitar confronto, caso haja uma decisão judicial de despejo. “A orientação do governador Beto Richa é resolver pacificamente todas as situações de regularização fundiária. Com diálogo, temos que encontrar entendimento”, defendeu Serighelli.
Ele explica que a solução da ocupação Tiradentes é de responsabilidade, exclusivamente, da Prefeitura de Curitiba. “Como está em processo de reintegração, nos faremos a mediação para resolver pacificamente essa situação”, explicou. A reunião foi acompanhada pela engenheira Thania Bana, do Setor de Movimentos Sociais da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar).
As famílias devem sair do atual terreno, localizado na Rua dos Palmenses, porque o proprietário da área entrou na Justiça pedindo reintegração de posse. Fernando Marcelino, um dos líderes do Movimento Popular por Moradia, diz que os moradores querem uma solução rápida para evitar o despejo. “Como o terreno apresenta vários tipos de problema, procuramos outra alternativa para regularizar a área e construir as casas. Contamos com a ajuda do governo estadual para encontrarmos a solução para famílias que estão morando no barro e sem saneamento”, disse.
Além disso, Fernando Marcelino explica que próximo ao local existe um lixão irregular que compromete a saúde dos moradores. O terreno que deu origem à ocupação Tiradentes tem 125 mil metros quadrados e fica em uma região de proteção ambiental. Antes de ser invadido, servia como sublocação de empresas com massa falida desde 2009. Também consta uma série de irregularidades jurídicas e ambientais. Em 21 de outubro outra reunião será realizada para avaliar o andamento da agenda de trabalho.
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