da Gazeta do Povo
A Associação de Moradores e Empresários do Bigorrilho e Campina do Siqueira (ABICam) criou um abaixo-assinado para tentar barrar a suposta implantação de ciclofaixas na Rua Padre Anchieta, uma das principais vias que cortam esses dois bairros. Mesmo sem nenhum projeto da prefeitura de Curitiba que indique possíveis alterações no trânsito da rua nos próximos meses, a entidade alega que a introdução de espaços exclusivos para ciclistas afetaria a qualidade de vida das pessoas que residem na região e traria prejuízo para os cerca de 200 comerciantes locais.
O documento, que começou a ser distribuído na última sexta-feira, antecipa o posicionamento da associação mediante qualquer medida da prefeitura da capital, que afirma ainda não ter definição alguma sobre mudanças no trânsito da rua.
Paulo Bueno Netto, presidente da ABICam, garante que existe um projeto de melhorias previsto para a Rua Padre Anchieta, entre o Largo da Galícia e o terminal do Campina do Siqueira. A proposta seria a criação de uma Via Calma – o mesmo sistema que funciona hoje na Avenida Sete de Setembro. “Ela [a rua] tem mais de 55 problemas. Nós verificamos isso e fomos até a prefeitura, que acatou a ideia da revitalização. Só que ela [a prefeitura] está colocando um espinho para nós, que é a ciclofaixa dividindo espaço com automóvel”, disse. A prefeitura diz que não há nada previsto nesse sentido.
Para o presidente, o grande problema com a possível criação das ciclofaixas é o congestionamento que poderia ser gerado na rua – constituída de uma faixa em cada sentido, separadas pela canaleta de ônibus.
Segundo Netto, a retenção da velocidade dos carros – uma das propostas da Via Calma, que estabelece um máximo de 30 quilômetros por hora – ocasionaria “filas imensas” na rua, e por isso, muita gente evitaria passar por ali.
A associação acredita que o sistema poderia ser criado nas alamedas paralelas da Padre Anchieta: Princesa Isabel e Júlia da Costa. Todas as assinaturas colhidas pela associação devem ser compiladas até o dia 13 de agosto. Depois, o documento será encaminhado ao Ministério Público e à prefeitura.
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