Dados de 105 estações meteorológicas do Paraná estão integrados e podem ser monitorados em um só sistema desenvolvido pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) em parceria com a Itaipu Binacional, o Instituto Ambiental do Paraná (Iapar) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). A possibilidade de aplicações do Sistema de Monitoramento de Estações Meteorológicas (SMEC2) é ampla como, por exemplo, o auxílio a produtores rurais para melhorar a produtividade e a coleta de dados de variáveis ambientais.
O SMEC2 foi oficialmente entregue nesta quarta-feira, 23, em solenidade realizada no PTI. No Centro de Controle e Operações, os convidados puderam acompanhar dados das estações em tempo real, como temperatura, umidade e chuva. O projeto foi desenvolvido no PTI por meio do Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas (Celtab).
O desenvolvimento do SMEC2 partiu de uma demanda da Itaipu de adequações da comunicação das estações meteorológicas da usina, pois havia uma dificuldade em coletar informações dos equipamentos. A partir daí, foram criadas soluções para atualizar e conectar as estações, e os pesquisadores enxergaram a possibilidade de ampliar os resultados com um sistema para o qual esses dados pudessem ser transmitidos.
O ambiente do SMEC2 possibilita a fácil visualização dessas informações e a interação com o sistema, com a produção de gráficos e a comparação de valores. O sistema já está sendo utilizado para auxiliar produtores rurais que podem a partir dos dados saber, por exemplo, qual o momento mais adequado para o plantio ou para a aplicação de um defensivo agrícola.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Marcos Stamm, ressaltou que o lançamento do SMEC2 está na “essência do PTI, que é a inovação, e criar um novo produto ou atualizar para atender as necessidades da região”.
O diretor superintendente do PTI, Jorge Augusto Callado Afonso, destacou que o SMEC2 tem uma ligação muito próxima com a vocação da região. “Sabemos que temos que verticalizar a agricultura até para explorar novas áreas para a produção de proteína, seja animal ou vegetal, mas com a tecnologia conseguimos fazer muito mais com menos recursos naturais”, afirmou. “Essa é mais uma ação que coloca o conhecimento gerado no PTI à disposição do setor produtivo e da sociedade como um todo”, complementou.
O coordenador da área de agrometeorologia do Iapar, Paulo Ricardo Nitsche, explicou que a evolução das estações meteorológicas nos últimos anos fez com que o volume de informações crescesse exponencialmente, e agora são necessários sistemas inteligentes – como o SMEC2 – para gerar produtos que vão auxiliar a assistência técnica e que tragam benefícios aos produtores. “Então é muito gratificante darmos início a esse trabalho”.
A intenção é que, em uma próxima fase, sejam agregados ao SMEC2 sistemas de análise e de Inteligência Artificial para que haja um aprofundamento dos dados obtidos e, dessa forma, dar maior subsídio à tomada de decisões para o agronegócio, o meio ambiente e outras áreas em que poderá ser aplicado.
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