Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) reclamou do uso do pretexto da crise como mais um fator para a morosidade na tramitação de projetos da pauta trabalhista.
Para o dirigente, eles só andam no Congresso nos casos de consenso dos líderes partidários. “Assim não avança a discussão, o que não é bom para a democracia“, disse.
O ritmo da Central na defesa do trabalhador é outro. A quatro meses de completar 30 anos, a CUT está lançando uma campanha contra o imposto sindical e fará um plebiscito para apurar a opinião dos trabalhadores. Ele se dará em shoppings, praças e estações de metrô. No cronograma da Central também consta o recolhimento de assinaturas que serão entregues no Congresso na forma de um projeto de iniciativa popular. Sua tese central será a troca o imposto por uma taxa negocial, aprovada em assembleia.
Ir para as ruas A entrega da proposta deverá coincidir com as comemorações de aniversário da Central, em agosto. A ideia é entregar a proposta em agosto de 2013.
O que a CUT está fazendo, ao ir para as ruas defender o fim do imposto sindical, ao recolher assinaturas para uma emenda de iniciativa popular, e ao debater com a sociedade a estrutura sindical é o que o país precisa: que o povo participe, que haja mobilização e debate.
Isso vale também sobre a questão da reforma política e do Estado, bases para uma nova governabilidade e de uma nova forma de relação entre o Executivo e o Congresso Nacional.
Ouvir o povo é, ainda, o único caminho para refazer a nosso presidencialismo congressual, cujo modelo está esgotado. Aliás, é importante saber: por que será que a mesma mídia que condena as alianças e o atual modelo não apóia a Reforma Política e usa dois pesos e duas medidas ao criticar as relações com o Congresso, mas se silencia sobre as relações da oposição com as assembleias nos Estados em que ela governa alguns a décadas, como São Paulo?
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