Entre os candidatos que disputam o governo do Paraná está o curitibano Ogier Buchi (PSL). Advogado, Buchi também é comentarista político de rádio e televisão e em 2014 também disputou as eleições para governador. Em 2018, pela coligação Pátria Brasil, composta pelo PSL, PTC e Patriota, tem ao seu lado na disputa o candidato a vice-governador Dr. Caxias Ribas (Patri). O início de Buchi na corrida eleitoral foi conturbado, já que o partido não oficializou sua candidatura, e o principal nome da sigla, candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), chegou a declarar apoio, no Paraná, ao candidato Ratinho Júnior (PSD). Buchi então apresentou registro individual de candidatura junto à justiça eleitoral. Ao Diário dos Campos, Buchi afirmou, entre os objetivos da campanha, está dar palanque a Bolsonaro no Paraná. Confira trechos da entrevista a repórter Patrícia Lucini.
Disputa no pleito
“Fui convidado pelo PSL para ser candidato ao governo e entendi que era um desafio grande. A motivação do convite era exatamente oferecer um palanque local ao nosso candidato nacional, Jair Messias Bolsonaro e como eu sou admirador histórico de Paulo Guedes [provável ministro da Fazenda caso Bolsonaro seja eleito presidente], entendi que era um convite que eu poderia atender e me daria a oportunidade de sustentar ideias que acho relevante no estado do Paraná, adicionando algo que acredito piamente, que é a justiça fiscal – de forma que os grandes proprietários, os grandes detentores das fortunas sejam efetivamente cobrados e com isso possamos aumentar a base de arrecadação”.
Impasse no partido
“O partido me convidou e no dia de fazer o registro eleitoral, avisou que não enviaria a documentação porque entendia que minha candidatura não era mais conveniente e porque o Bolsonaro queria apoiar o Ratinho Júnior. Não entendi e não entendo o posicionamento do partido. Penso que o primeiro turno das eleições existe para que os partidos exponham suas ideias, o seu conteúdo. O partido havia oferecido uma chapa densa para ajudar Bolsonaro no estado e depois desistiu. Eu nunca falei com Bolsonaro, apenas participei de um encontro em Curitiba em que ele estava presente. Não me importa que ele queira apoiar outras pessoas, eu me importo com o estatuto do partido, em que tenho que apoiar Bolsonaro, pois sou filiado ao PSL. E, a contrapartida deve ser feita na mesma medida. Então, uma vez homologado o registro de candidatura, vou pegar a homologação e vou conversar com Bolsonaro”.
Diferencial
“Tenho um grande conhecimento pessoal, experiência de vida, e o diferencial básico que os outros candidatos são políticos e eu não. Percebo que a sociedade quer uma mudança radical, e se for este o desejo, ou sou a melhor escolha. Os outros têm pelo menos 15 anos de vida pública. O que se diz mais novo, o Ratinho Júnior, desde os 21 anos de idade é funcionário político. Ou sou diferente, estou acostumado a pagar contas, a viver com um orçamento provido do meu trabalho, enquanto o salário dos políticos vem do trabalho alheio”.
Enxugar a máquina
“O estado terá lei orçamentária para 2019, com metas que terão de ser cumpridas pelo próximo governo. Mas, em relação à estrutura do governo, tenho algo muito mais ousado em relação a outros candidatos: vou trabalhar com quatro ou cinco secretarias, porque as secretarias são muito dispendiosas. Na pasta de educação, podemos criar diretorias de esporte, turismo e cultura, que terão a mesma capacidade e finalidade de uma secretaria, porém com custo operacional menor. Também quero enxugar custos dos prédios públicos e aproveitar áreas que já são do governo para construir espaços para manter no centro cívico a administração do estado. O administrador do estado tem que dar exemplo na economia”.
Propostas do plano de governo
“Quero promover privatizações de todas as empresas públicas não essenciais, como a Compagas e atividades da Copel. É necessário ter responsabilidades com o tema privatizações, e eu terei. Também quero privatizar todos os presídios, fazer com o que o preso trabalhe, produza e, com sua produção, ele paga os gastos na prisão. Não fomos nós que cometemos um crime, não é justo que a sociedade pague a manutenção dos presos. Privatizar os presídios e fazê-los funcionar já seria motivo para um governador ser lembrado. Precisamos enxergar a realidade e a vocação de desenvolvimento de cada região e trabalhar com base nisso. Também precisamos investir em infraestrutura logística. A ferrovia Dourados a Paranaguá vai resolver um gargalo logístico. Para transformar a Ferroeste numa ferrovia viável é preciso R$ 10 bilhões e acredito que seja fácil conseguir este dinheiro: vou buscar fora, com financiamento externo.
Pretendo construir a plataforma logística de Guaíra, onde temos quatro modais para explorar: hidroviário, ferroviário, aéreo e rodoviário. Quero construir um grande polo logístico de frente para o rio. Isso significa colocar commodities produzidas no Paraná com sete mil milhas a menos de viagem”.
Campos Gerais
“Ponta Grossa passou muito tempo sem se desenvolver e agora está em franco desenvolvimento, através das indústrias. A cidade precisa de política adequada de fomento para aproveitar vocação logística. Também quero desenvolver o turismo na região, que possui um potencial fantástico. A UEPG também terá total autonomia, o que não quer dizer que estou me eximindo de pagar os custos, mas incentivar que seja indutora de desenvolvimento e eliminar indutores políticos. Universidade não é para formar agente político, mas para favorecer ensino e pesquisa”.
Deixe um comentário