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Metrô só em 2010, pelo menos

Metrô só em 2010, pelo menos

Especialistas em gestão pública são taxativos ao afirmar que as obras do metrô em Curitiba começariam só em meados de 2010, mesmo que o processo iniciasse hoje, se todos os passos a serem percorridos pela administração municipal acontecessem sem que ações judiciais os paralisassem.

“O metrô em Curitiba ainda é o metrô de papel porque até agora foram gastos mais de R$ 8 milhões em projetos que nem sequer saíram do mundo das promessas. Nós vamos mudar esta realidade e vamos fazer o metrô uma realidade em parceria com o Governo Federal”, disse a candidata à Prefeitura de Curitiba Gleisi Hoffmann, da coligação Curitiba Para Todos (PT-PSC-PRB-PHS-PMN-PTC).

O primeiro passo para que o metrô saísse do papel, seria desatar o nó da licitação que está emperrada judicialmente desde o dia 2 de abril. Uma liminar expedida pela 1ª Vara da Fazenda Pública, acatando reclamação do consórcio SEP, de São Paulo, que se disse prejudicado durante a licitação, interrompeu o processo.

De acordo com o gestor Frederico Santos, a licitação para o projeto básico do metrô é apenas o primeiro passo de outros procedimentos até iniciar a obra propriamente dita. Desatado o nó e realizada licitação, as empresas começariam a realizar dois projetos: o técnico e o ambiental que serão analisados por uma comissão definida pela Prefeitura. É esta comissão que irá analisar a viabilidade das propostas. Mesmo assim, o projeto ambiental ainda tem – obrigatoriamente – de passar por diversos órgãos responsáveis para que seja expedida uma licença para execução da obra.

Somente a partir daí é que os recursos para a realização da obra poderão ser liberados pelo Governo Federal. Por isso é que a emenda apresentada pelo deputado federal Ratinho Junior (PSC) que prevê R$ 700 milhões para a construção do metrô, pode nem mesmo entrar no orçamento de 2009. A emenda corresponde à metade do valor previsto para a implantação da primeira linha entre os bairros Pinheirinho e Cabral, de cerca de 14 quilômetros. Para que os R$ 700 milhões sejam incluídos no orçamento de 2009 é necessário que a Prefeitura apresente o projeto básico (descrito acima) aprovado até o final deste ano.

“O prefeito está iludido quando diz que vai começar o metrô em 2009. Só os estudos de viabilidade e ambiental demoram mais de um ano para serem realizados e até o momento não iniciaram”, afirma Ratinho Júnior.

Metrô de Papel
Mesmo sem ter nem saído do papel, Curitiba já recebeu mais de R$ 8 milhões para estudos do metrô. O primeiro valor liberado foi em 2002, na gestão de Cassio Taniguchi, quando foram repassados R$ 5.829.100 através de um convênio entre a Prefeitura e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos. O projeto foi realizado, mas não foi aproveitado por falta de viabilidade técnica. O segundo repasse foi de R$ 2,3 milhões e o projeto ainda corre o risco de ser inviabilizado pelo formato da licitação que a prefeitura fez. “Isso é inaceitável. É preciso que esse processo seja feito em parceria com o Governo Federal, conforme as outras cidades fizeram”, afirma Gleisi Hoffmann, candidata à Prefeitura de Curitiba pela coligação Curitiba para Todos (PT-PSC-PRB-PHS-PMN-PTC).

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