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Metalúrgicos da Bosch paralisam fábrica em Curitiba

Estelita Hass Carazzai
Folha de S.Paulo

Funcionários da metalúrgica Bosch paralisaram hoje por cerca de duas horas a produção na fábrica de Curitiba.
Os metalúrgicos protestam contra a proposta de reajuste salarial da empresa, que dizem ser “muito ruim”, e contra as “mordomias” dos gerentes e funcionários administrativos, como 14º salário e PLR (participação nos lucros e resultados) diferenciada.

“Nós estamos pagando a conta pela mordomia da chefia”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, para quem há um “abismo” entre os trabalhadores do chão de fábrica e os funcionários administrativos.

A fábrica da Bosch, que emprega cerca de 3.200 pessoas, dispensou 400 empregados em agosto devido à diminuição das encomendas. A unidade produz bombas injetoras para motores a diesel, usadas principalmente em ônibus e caminhões.

Neste mês, em que está sendo discutida a proposta salarial para 2013, a Bosch propôs um programa de flexibilização da jornada de trabalho, que prevê o uso de até 12 dias por ano de licença não remunerada, a serem utilizados em “momentos de crise”.

Para o sindicato, há uma tentativa de “flexibilizar salários e benefícios”.

A entidade defende 3% de aumento real nos salários dos metalúrgicos, além de um abono mínimo de R$ 3.500. Após as manifestações desta segunda, a Bosch propôs 2% de aumento real e R$ 3.500 de abono, além de antecipar a discussão da PLR de 2013.

As paralisações continuam por tempo indeterminado. Procurada, a Bosch afirmou que “respeita a liberdade de manifestação” dos funcionários e que se mantém “aberta ao diálogo”.

Sobre o “abismo” entre metalúrgicos e funcionários administrativos, a empresa declarou apenas que a proposta de flexibilização da jornada de trabalho vale para todos os empregados, inclusive gerentes.