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Mensalão: Parentes de presos dizem que clima na Papuda é de revolta

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Familiares de presos do Complexo Penitenciário da Papuda relatam clima de tensão dentro das unidades do presídio e afirmam que os detentos estão “revoltados” com o tratamento, considerado diferenciado, dado aos presos do mensalão.

Embora os relatos de insatisfação sejam comuns entre os parentes dos detentos, poucos confirmam rumores de uma possível rebelião, destaca a Folha de S.Paulo.

Juízes da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal disseram ter recebido informações sobre uma possível rebelião a ser realizada na véspera do Natal.

Dos 20 familiares ouvidos pela Folha ontem durante o dia de visitas na Papuda, só duas mulheres confirmaram os rumores de rebelião.

“Conversei com vários e me disseram que ouviram falar de uma rebelião em outra unidade [da Papuda]”, afirma Aparecida, 44, que visitou um parente no regime fechado.

Outra mulher diz ouvir do marido há semanas que existe, internamente, um receio de rebelião devido à revolta que a presença dos condenados no mensalão causou.

A insatisfação é motivada principalmente pelo tratamento diferenciado que os presos do mensalão tiveram ao receber visitas.

Na primeira semana, parlamentares tiveram acesso aos condenados no processo fora do horário regular e sem pegar fila. Depois, os presos do mensalão passaram a ter visitas às sextas -para os demais detentos, elas são restritas às quartas ou quintas.

Há duas semanas, a Vara de Execuções Penais suspendeu as visitas às sextas. Mas a revolta entre os familiares persiste, e há clima de insatisfação entre os detentos.

Os parentes organizam um abaixo-assinado por melhores condições no cárcere e pretendem entregá-lo em janeiro ao Ministério Público do Distrito Federal.

Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que a possibilidade de rebelião preocupa e “desperta a atenção”, e que o órgão agirá caso isso ocorra.

Procurada, a Secretaria de Segurança do DF disse que boatos sobre rebeliões na Papuda “acontecem sempre” e que a última ocorreu em 2001. O órgão nega problemas no tratamento aos presos.