Meio calabresa, meio mussarela? O ministro Teori Zavascki, do STF, remeteu para a Justiça Federal do Rio de Janeiro as investigações sobre corrupção na estatal Eletronuclear, no caso da construção da usina Angra 3. A decisão, tomada na noite de quinta-feira, retira a competência do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, para analisar o caso. O senador Edison Lobão (PMDB-MA) é citado como um dos beneficiários do esquema e a análise de sua conduta deve sair da relatoria de Teori.
A decisão segue o preceito firmado pelo STF de que apenas as denúncias relativas à Petrobras devem permanecer no âmbito da Operação Lava-Jato. O tribunal adotou esse posicionamento ao analisar as suspeitas relativas ao ministério do Planejamento, que envolvem a senadora Gleisi Hoffmann. Já tinham sido retiradas do âmbito da Lava-Jato as acusações de caixa dois feitas pelo delator Ricardo Pessoa, dono da UTC, contra o ministro Aloizio Mercadante (Educação) e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).
No caso que envolve a Eletronuclear, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, operadores desviavam recursos da estatal a partir de um contrato firmado com as construtoras Andrade Gutierrez e Engevix para obras na usina nuclear de Angra 3. Segundo as investigações, 1% do valor do contrato seria destinado a propinas para dirigentes e agentes políticos.
Em abril deste ano, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou em depoimento de delação premiada que houve “promessa” de pagamento de propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear nas obras da usina nuclear Angra 3. Segundo Avancini, a Camargo Corrêa foi informada em agosto de 2014 de que havia “compromissos” de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões, de acordo com o executivo. Com informações de O Globo.
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