Rodini Netto (*)
O ano é 1994. Entidades estudantis conseguem garantir meia-entrada em vários estados e grandes cidades do Brasil. A pergunta: e agora, quem vai tocar o processo?
Questionamentos à parte, para uma entidade como Ubes ou UNE, o tocar o processo de licitação para a emissão das carteiras estudantis (aquelas que garantiam “meia-entrada”, mas agora vão garantir somente 40% em troca de um “monopólio oficial”), nunca foi algo difícil… mesmo porque, desde a década de noventa, este processo “licitatório” ocorre… assim como também ocorreu em licitações dirigidas, para favorecer empresas ligadas a partidos de esquerda, afim de que os “líderes” estudantis pudessem ser profissionalizados, pagar despesas de viagens, em uma estrutura que, a partir destas empresas “licitadas”, parte da verba fosse destinada aos tais partidos políticos afim de manter os seus quadros (que compunham a liderança no movimento estudantil) com estrutura financeira: um ajuda de custo de despesas de viagens, para poderem “militar”, tranquilamente, no movimento estudantil.
Era assim na década de 1990… será que mudou?
Ao que tudo indica, sempre prevaleceu o mesmo critério… a diferença, agora, é que ao ceder para que a “meia-entrada” deixasse de ser “meia” e passasse a 40%, agora “legalizou-se” a prática… afinal, com um “monopólio oficial” para a emissão das carteiras de estudante, o caixa oficial das entidades “vai bombar” novamente… e o “caixa dois”, vai “bombar” também?
Há que se criar um mecanismo de fiscalização das entidades estudantis, de forma que este tipo de absurdo não aconteça mais. Assim como o processo licitatório para contratar a empresa emissora das carteiras, se terceirizada, deve ser todo transparente.
Portal da transparência também devia ser obrigatório a sindicatos, entidades estudantis, e outras entidades associativas, além de ordens federais, conselhos federais e regionais.
(*) Rodini Netto, 42, jornalista. Foi secretário de imprensa da Upes em 1991, Diretor de Marketing da UPE em 1994, e Secretário de Imprensa da UPE de 1995 a 1996.