Há 20 anos com atuação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o médico, Francismar Prestes Leal, de 51 anos, passou cinco dias internado após testar positivo para a doença e chegou a entubar colegas de trabalho que não resistiram à Covid-19.
Ele atua no cuidado de pacientes com a doença desde o primeiro caso registrado em Maringá. São cerca de 200 horas mensais de trabalho em UTIs de dois hospitais da cidade.
“Não está sendo fácil lidar com uma doença infecciosa tão complexa e com a negação dela por parte da população. Estamos todos exaustos, fisicamente e mentalmente”, desabafou.
Na última quinta (3), Francismar deu entrada no hospital não como médico, mas sim como paciente. Ele foi internado com cerca de 30% do pulmão acometido pela doença.
A esposa, de 38 anos, também precisou ser internada com um quadro ainda mais grave. Ela teve 50% do pulmão afetado e diagnóstico de embolia pulmonar em decorrência do coronavírus. Enfermeira, ela não tem doenças pré-existentes. Os dois se recuperam em casa desde a terça-feira (8), com os quatro filhos. Todos tiveram diagnóstico positivo e apresentaram sintomas leves.
“Entubei dois colegas, algo muito traumático para qualquer um, e os dois faleceram apesar de todo o esforço que fizemos. É terrível a sensação de perder colegas que lutavam tanto para salvar vidas, expondo-se e expondo seus amados”, lamentou Francismar.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), até quarta-feira (9), 11.774 profissionais de saúde já foram infectados pelo novo coronavírus, com 9.216 pessoas recuperadas e 136 óbitos registrados na categoria.
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