O publicitário Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares devem ser ouvidos pelo juiz Sérgio Moro na tarde desta segunda-feira na Justiça Federal de Curitiba. Os dois são réus em um dos processos da Lava-Jato, derivado da 27ª fase da operação, deflagrada em abril. Os dois já foram condenados no processo do mensalão. Tanto Valério quanto Delúbio podem ficar calados hoje. As informações são d’O Globo.
Marcos Valério foi condenado a 37 anos e cumpre pena em regime fechado na Penitenciária Nelson Hungria, em Belo Horizonte. Sua defesa já teria buscado a negociação de um acordo de delação premiada com a Lava-Jato. As negociações, no entanto, acontecem de modo sigiloso.
Delúbio Soares foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão no regime semiaberto pelo pelo crime de corrupção ativa. Preso em novembro de 2013, foi autorizado no fim de setembro de 2014 a cumprir o restante da pena em prisão domiciliar. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o perdão da pena.
A audiência dos dois com Moro está marcada para às 14h. O jornalista Breno Altman também deve depor. O processo tem outros seis réus, incluindo o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal “Diário do Grande ABC”, e o empresário Enivaldo Quadrado outro condenado no processo do mensalão.
Todos foram denunciados pelo Ministério Público Federal pela suposta participação em um esquema para lavar parte do dinheiro de um empréstimo obtido pelo pecuarista José Carlos Bumlai. O empresário pegou R$ 12 milhões do Banco Schahin e parte desse dinheiro teria sido destinada ao Partido dos Trabalhadores (PT). O esquema teria sido confirmado por Valério em depoimento à Lava-Jato.
Marcos Valério, segundo as investigações, afirmou que parte do empréstimo era destinado a Ronan Maria Pinto. De acordo com o MPF, Ronan chanteagava membros do PT dizendo ter informações que ligavam membros da legenda à morte do ex-prefeito de Santo André, o petista Celso Daniel, em 2002.
Bumlai já reconheceu que pegou o dinheiro para o PT, mas sempre disse que achava que o montante serviu para pagar despesas de campanha da sigla. As investigações da Lava-Jato apontaram que o empréstimo serviu para pagar propina ao PT, pelo contrato que a Schahin Engenharia fechou com a Petrobras, no valor de R$ 1,6 bilhão. Bumlai, no entanto, não é réu nesta ação.
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