A Previdência assusta, mas o monstro mesmo são os altos salários do funcionalismo público. Muito se tem discutido sobre previdência, e de fato são primordiais a discussão e a efetiva reforma. A resistência sobre a correção, por incrível que pareça, vem dos funcionários públicos, que estão na iminência de perderem os privilégios carinhosamente outorgados pelo falido sistema que hoje se discute.
Mais grave que isto é a postura dos servidores, que tumultuam o debate e confundem a sociedade com alegações de que quem perde é o trabalhador – mentira! A título de exemplo um único funcionário público que hoje se aposenta aos 65 anos com um salário de R$ 30 mil, ao chegar aos 75, terá sido agraciado com a bagatela de R$ 3,5 milhões e meio de reais, pagos com o suor dos nossos esforços – praticamente é como ganhar na loteria!
Mas como dissemos, a previdência assusta, mas não é a mãe da gravidade! O monstro são os altos salários pagos aos servidores públicos, mais precisamente os considerados de alto escalão. Neste ano de 2019, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina divulgou edital para concurso de juiz substituto com ganhos iniciais acima de 28 mil reais, e quando o futuro magistrado assumir, ainda terá a sua disposição, assessores para o exercício da função, pagos é claro, com o nosso dinheiro.
Se estivéssemos na Europa, talvez ficasse mais fácil aceitar esta realidade, mas a saúde financeira e social brasileira não suporta mais este cenário. Com apenas 05 meses de salário, este tipo de servidor praticamente compraria um imóvel do Programa Minha Casa Minha Vida, quando o contribuinte comum demoraria 10 ou 15 anos para adquirir.
Já do ponto de vista da eficiência e produtividade, temos um exército de funcionários públicos, protegidos por uma estabilidade inimiga da eficiência e do retorno mínimo à sociedade. Alguns agem como se estivessem fazendo um favor, enquanto, na verdade, deveria ser uma obrigação, afinal quem paga os salários somos nós. O sonho é passar em um concurso e ter a vida ganha.
Por conta disto a maioria dos Estados e municípios já não sobrevivem com seus próprios recursos, pois os nossos impostos são consumidos para pagar servidores e seus privilégios. Diante do cruel cenário, além de aprovar a reforma da previdência, é preciso iniciar discussões sobre a revisão dos salários pagos ao funcionalismo público, afinal quem quer ficar rico, que vá para a iniciativa privada.
(*) Thiago Chamulera, advogado especialista em direito administrativo e eleitoral e Mestre em direito constitucional, consultor e professor de gestão pública embarca no maior projeto de sua carreira lançando sua pré-candidatura à Prefeitura de Curitiba
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