De Roseli Abrão:
–O presidente nacional do PDT, o ministro do Trabalho Carlos Lupi já avisou o ex-deputado Gustavo Fruet que se sua opção for o PV não terá o apoio de seu partido à sua candidatura à prefeitura de Curitiba.
A informação é do deputado Rasca Rodrigues, que sugere que o inverso também poderá ser verdadeiro.
— O PV terá que avaliar até porque tem tradição de candidatura própria à prefeitura de Curitiba, afirmou.
Rasca Rodrigues avalia que Fruet, além de se debruçar sobre a “aritmética do tempo de TV”, vive o dilema da escolha entre um projeto político e um projeto de poder.
Se a escolha levar em conta os programas eleitorais, o PDT tem vantagem porque elegeu três vezes mais deputados federais do que o PV, concorda Rasca.
Mas se a escolha for por um projeto político a opção só pode ser o PV, já que o PDT embute um projeto de poder visado por partidos da base de apoio da presidente Dilma Roussef, o que inclui o PT, avalia.
PV, a opção mais coerente
Para o deputado Rasca Rodrigues o PV seria a opção “mais coerente” de Fruet porque “fortaleceria seu discurso num processo de começar de novo”.
— Não traria nenhum ranço eleitoral, o que aconteceria com o PDT, disse.
Decisão isolada
Rasca Rodrigues concorda que a situação do ex-deputado Gustavo Fruet é difícil porque o processo de escolha só depende de uma pessoa.
— Dele mesmo.
Este factóide do deputado Rasca Rodrigues (PV) contrasta com o que efetivamente ocorre no Partido Democrático Trabalhista (PDT), por razões que não podem passar despercebidas e sem a devida contestação. Primeiro, porque é desprovido de veracidade e indica precisamente o que se ouve nos bastidores da Assembléia Legislativa, ele sim poderá se impor candidato pelo PV caso Gustavo Fruet se filie ao nosso partido (no PDT a verdade é que há resolução nacional sustentando a tese de candidatura própria e assim deverá seguir como pensamento do partido, porém alianças em torno de outras candidaturas poderão ser analisadas no período das convenções, sem exclusão de eventual apoio a outras possibilidades); e o segundo ponto a considerar é que no PDT há espaço para compatibilizar projeto de poder, pelo qual toda a instituição busca levar à prática objetivos concretos visando corresponder às expectativas da população, com projeto político, que qualquer filiado pode aspirar legitimamente dentro do partido. Essas questões não podem ser consideradas incompatíveis entre si, aliás, o próprio ministro Carlos Lupi deixa claro isto ao admitir aliança em torno do senador Aécio Neves (PSDB) para a Presidência em 2014, num quadro eleitoral que poderá ser reavaliado em 2014 como até mesmo o Gustavo ressaltou em entrevista à revista Veja, há poucos meses, sem prejuízo à cooperação que o PDT presta ao governo de Dilma Rousseff e pode ser repercutida nas próximas eleições presidenciais, dependendo de análise e aprovação no momento adequado.
Estou em Porto Alegre, participando do 5º Congresso Nacional do PDT, logo mais teremos uma conversa de delegados paranaenses com o ministro Carlos Lupi e outros dirigentes nacionais do nosso partido.