Leandro Mazzini, Coluna Esplanada
Os principais investigadores da Operação Lava Jato decidiram não cercar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a despeito dos indícios de benesses de sua gestão para construtoras amigas do PT e interferência pessoal por empreiteiras como OAS e Odebrecht, alvos da operação.
O que se diz nos gabinetes do MP Federal e da Justiça Federal é que, se Lula um dia fosse preso, mesmo em caso de citação numa delação premiada, a operação iria para o brejo. Há precedentes. Mesmo citados por delatores, alguns suspeitos cujos nomes são mantidos em sigilo passam longe da cadeia hoje.
Prender o ainda homem mais importante do Brasil seria tiro no pé, porque, na visão dos investigadores, passaria imagem de truculência contra um senhor de terceira idade e com saúde ainda em recuperação.
Mas o ex-presidente, que se diz tranquilo, não é o alvo – até porque não há nada contra ele que se saiba, em público ou nos autos dos processos da Lava Jato. O que tem irritado Lula e chegou aos ouvidos dos procuradores e da PF é o cerco à sua família. Não bastassem os boatos que rodam as redes sociais sobre o suposto enriquecimento surpreendente e meteórico do filho mais velho, um ex-funcionário de zoológico, outro personagem está na mira da Justiça e tira o sono do ex presidente.
Trata-se de Taiguara Rodrigues dos Santos, filho do irmão da primeira esposa de Lula, já falecida. Fenômeno na construção civil revelado pela VEJA, Taiguara em poucos meses passou de um simples reformador de varandas para um dos grandes empreiteiros de Angola, na esteira de contratos com a Odebrecht (novamente ela).
A ascensão de Taiguara, hoje um milionário e bem sucedido empresário do ramo, deu-se no governo Lula e continuou no de Dilma, na carona das obras da empreiteira baiana que recebe vultosos aportes do BNDES para obras no exterior.
Um eventual cerco a Taiguara não deixa de ser um ao ex-presidente.
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