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LIVRO PARANÁ NEGRO REGISTRA COMUNIDADES DE DESCENDENTES DE ESCRAVOS NO ESTADO

LIVRO PARANÁ NEGRO REGISTRA COMUNIDADES DE DESCENDENTES DE ESCRAVOS NO ESTADO

O presidente da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), Paulo Afonso Bracarense Costa, apresentou na manhã desta terça-feira (13), na Escola de Governo, no auditório do Museu Oscar Niemeyer, o livro Paraná Negro, feito em parceria entre o Governo do Estado, UFPR e Fundação Clóvis Moura. O lançamento do livro está programado para esta terça-feira (13), às 18h30, no Teatro Barracão em Cena (Rua 13 de Maio, 160, Centro, Curitiba), data em que se comemoram os 120 anos da abolição da escravatura no Brasil.

O livro é resultado de uma pesquisa, que apontou a existência de 90 comunidades quilombolas no estado. Em 1853, quando ocorreu a emancipação política do Paraná, 40% da população do Estado era composta por negros. Hoje, eles representam 24%, o que confere ao Paraná a maior população negra do Sul do país. Em Curitiba, segundo a pesquisa estão 7% desta população.

Costa disse que a maior concentração das comunidades quilombolas está em áreas com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. “Por isso, tem sido muito importante a participação do governo estadual na implantação de programas que melhorem a vida destas pessoas”.

PROGRAMAS – O secretário de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, destacou que o livro reafirma a postura do governador Roberto Requião de retirar da invisibilidade os quilombolas. “Aprendi, há muito tempo, com o governador, que uma administração pública correta não deve ter medo de colocar o dedo na ferida e também não temer o enfrentamento das diferenças. E esta é uma tarefa para acabar com a discriminação que ainda existe”, disse.

Atualmente, 22 comunidades já têm programas de hortas comunitárias feitas pela Emater, que preservam as características culturais de cada grupo. A Sanepar levou água tratada e esgoto para 16 comunidades e tem o programa de expansão para mais 22. A Cohapar está construindo as primeiras 800 residências para quilombolas no Estado.

O Livro Paraná Negro tem também a participação da Fundação Araucária e da Fundação Cultural do Ministério da Cultura. Depois do lançamento, haverá palestra sobre o trabalho escravo, no passado e no presente, com a participação da diretora do Patrimônio Cultural de Descendentes Negros do Brasil, Maria Bernadete.

Ainda em comemoração aos 120 anos da Abolição da Escravatura, o tenor Juarês de Mira cantou, na Escola de Governo, acompanhado do pianista Raul Passos, duas composições de Eckel Tavares, Canção do Guerreiro e Funeral de um Nagô.