O sistema de transporte coletivo de Curitiba já é referência mundial e ganha cada vez mais destaque na imprensa e de especialistas que buscam soluções para melhorar o trânsito e a mobilidade urbana das grandes cidades da América, através de projetos sustentáveis e não poluentes.
O Ligeirão ganhou destaque no programa Auto Esporte, da TV Globo, neste domingo, 22. No mesmo dia, o jornal “Gazeta do Povo” trouxe as impressões do cientista político Parag Khanna, consultor do governo dos EUA, sobre o maior biarticulado no mundo. E o programa Cidades e Soluções, da Globo News, aponta a referência de Curitiba para as grandes cidades da América Latina e cita os projetos desenvolvidos na Cidade do México e na capital da Colômbia, Bogotá.
Biocombustível – No Auto Esporte, a repórter Millena Machado disse que o ônibus curitibano é “cheio de espaço e tecnologia”. “O ônibus tem sido comparado com um metrô, passa de três em três minutos, leva muita gente, até 250 pessoas, e circula num corredor exclusivo, quase não faz curva e não precisa dar ré”.
A repórter destaca ainda o som ambiente com música clássica, as “mensagens de voz” e “mensagens exclusivas” e o uso de energia 100% renovável. Elcio Karas, coordenador do projeto do biocombustível na Urbs, disse que os 600 litros de biocombustível reduzem em 30% a emissão de poluentes comparados aos ônibus que operam com diesel.
Millena assumiu a boleia e experimentou a direção do maior ônibus do mundo e ainda entrevistou os passageiros. Na “turma do fundo”, um usuário falou da importância do novo ônibus. “É bem rápido, em 20 e poucos minutos você está no centro, coisa que você levava uma hora”.
Nova York – Parag Khana, a convite da Gazeta do Povo, também experimentou uma viagem no Ligeirão. A experiência transformou Khana em mais um dos 80% dos que aprovam o transporte o coletivo (muito bom, bom e regular) segundo pesquisa divulgada pelo próprio jornal no início do ano.
Khana já havia considerado o transporte curitibano, em texto que publicou na revista Time no início do mês, como excelente. Conhecer o sistema na prática não só reforçou sua teoria, como permitiu fazer comparações.
“Em Nova York se leva 90 minutos para fazer de ônibus um trajeto como esse, de 20 quilômetros”, afirmou. Ao falar sobre a demanda em horários de pico, que no caso de Curitiba considerou como um sinal de eficiência do sistema, a comparação foi com o sistema de transporte da capital inglesa, sempre segundo a reportagem: “Em Londres, você não consegue nem entrar na estação em alguns momentos”.
Cem países – Considerado uma das pessoas mais influentes do século 21, Parag Khana calcula ter visitado mais de 100 países. Ele esteve em Curitiba para participar da Conferência Internacional das Cidades Inovadoras e fez questão de viajar no sistema de transporte curitibano acompanhado pela esposa, a filha de dois anos e a babá.
Khana e família fizeram a viagem de ida e volta no Ligeirão Boqueirão embarcando na Praça Carlos Gomes, seguindo até o terminal Boqueirão e voltando à praça.
Soluções – No programa Cidades e Soluções, a repórter Flavia Freire, conta que o conceito do sistema de transporte de Curitiba acabou sendo copiado na cidade do México. Na capital mexicana, além do uso do biocombustível, o biarticulado também trafega em corredores exclusivos.
O uso de um metrobús, como é chamado no México, substitui 60 carros particulares e 600 microbus. “O sistema transporta 450 mil passageiros por dia em três linhas que corta a cidade em 50 quilômetros, de Norte a Sul e de Leste Oeste”.
Em Bogotá, na Colômbia, o sistema biarticulado é chamado de Transmilênio. As vias do ônibus também são exclusivas similares ao de Curitiba e também usam biocombustível. Flavia Freire diz que 1998, o então prefeito Enrique Penãlosa visitou Curitiba e em dezembro de 2000 adotou o sistema de transporte coletivo da capital paranaense. “Um milhão e setecentas mil pessoas usam o Transmilênio por dia”.
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