Lideranças comunitárias, moradores e empresários criticaram o protesto exacerbado dos servidores municipais durante as primeiras audiências para definição do orçamento 2018 e a apresentação do Plano de Recuperação de Curitiba. Promovidos nesta segunda-feira, 10, os encontros reuniram mais de 500 pessoas nas regionais do Pinheirinho e do CIC com o fim de discutir as propostas. Ao longo do debate,em vários momentos, principalmente no encontro realizado no CIC, a reunião foi interrompida de forma abrupta por um grupo de sindicalistas. Os relatos e as gravações feitas nos locais mostram que os servidores passaram a gritar, efusivamente e de modo descontrolado, palavras de ordem, descumprindo o protocolo da audiência.
Sem a possibilidade de dialogar, Greca respondeu aos manifestantes na tentativa de serenizar o ambiente e atender as solicitações, conforme as atribuições legais: “Os professores serão contemplados pelo orçamento, o que não pode é quererem que eu feche postos de saúde, abandone serviços e deixe a cidade parar de funcionar.” O prefeito foi ovacionado pela população, que criticou a manifestação dos sindicatos. O Plano apresentado por Greca prevê um pacote de medidas para a recuperação econômica do municípos como alternativa legal para superar a crise orçamentária deixada pela gestão anterior, calculada em R$ 2,1 bilhões em dívidas acumuladas pela prefeitura da capital.
Na audiência, a obstrução dos manifestantes frustrou as expectativas dos participantes da audiência em dialogar com o prefeito. Foi o caso de Paulo Novaes, presidente de uma entidade social, que entende que o protesto aconteceu no momento errado. “Acho que esse pessoal foi infeliz de ter vindo aqui, pois acabou tirando a oportunidade da maioria, que gostaria de ter ouvido o prefeito e poder fazer perguntas”, lamentou.
A entidade que preside, chamada Projeto Vida, trabalha com a promoção cultural e no combate às drogas para crianças de 7 a 17 anos. Novaes afirma que sua entidade não teve convênios no município nos últimos quatro anos, mas acredita que é preciso ter paciência e que é preciso dar tempo para que a atual gestão solucione as questões mais importantes. “O prefeito assumiu recentemente e há vários problemas administrativos para serem resolvidos”, concluiu.
A sessão teve continuidade com a liderança do administrador regional da CIC, Raphael Keiji Assahida, e do diretor do Departamento de Regionais da Secretaria de Governo Municipal, José Dirceu de Matos. “Foi uma lástima não terem dado oportunidade ao prefeito de prestar as informações que a sociedade aguardava”, disse Matos. A audiência seguiu com diversos participantes manifestando sua insatisfação com a postura dos sindicalistas.
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