O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, mandou libertar nesta sexta-feira o publicitário Ricardo Hoffmann, primo distante da senadora Gleisi Hoffmann (PT), preso desde abril do ano passado por ordem do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba.
Lewandowski aceitou os argumentos da defesa do publicitário no pedido de habeas corpus e determinou a adoação de medidas alternativas, como prisão domiciliar, entrega do passaporte e proibição de contato com demais acusados na ação penal. “Constato a existência de constrangimento ilegal na manutenção da segregação cautelar do paciente, uma vez que se mostram insuficientes os fundamentos invocados pelo juízo processante para demonstrar a incidência dos pressupostos autorizadores da decretação da preventiva”, afirma o ministro. Ele estabeleceu ainda fiança de 957.000 reais.
Hoffmann foi condenado em setembro de 2015 a doze anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações dos procuradores que atuam na Lava Jato, o publicitário, ex-dirigente da agência de propaganda Borghi/Lowe, pagou propina ao ex-deputado petista Vargas para que a empresa fosse contratada para atuar na Caixa e na Saúde. Em troca, a agência de publicidade teria atuado para recolher dinheiro para as empresas de fachada LSI Solução e Limiar Consultoria, controladas por Vargas e por seus irmãos. Ao todo, teria sido pago cerca de 1,1 milhão de reais em propina de 2010 a 2014 às empresas do ex-petista. Depoimentos recolhidos nos inquéritos comprovam que a LSI e a Limiar não prestaram qualquer serviço e que os depósitos de propina foram feitos por solicitação da Borghi/Lowe.
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