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Lava Jato investiga chunchos no Planejamento em 2010

Lava Jato investiga chunchos no Planejamento em 2010

Fábio Campana

Segundo informações do delegado Márcio Anselmo, integrante da força-tarefa da Lava Jato, existem suspeitas de que a Consist Informática efetuou pagamento de propina para a obtenção de contratos nos Ministérios do Planejamento e Previdência. Em 2010, data dos contratos, o ministro do Planejamento era o paranaense Paulo Bernardo.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Márcio Anselmo, um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empresário Pablo Kipersmit, presidente da Consist Informática, disse, durante depoimento prestado na semana passada, que pagou à Jamp de Milton Pascowitch R$ 10,7 milhões para obtenção de contratos de assessoria no Ministério da Previdência. Kipersmit foi uma das pessoas presas durante a 17ª fase da Lava Jato, ocorrida na semana passada.

“O contrato foi de fachada, e Pascowitch teria facilitado os contatos da Consist com a Previdência. O que nós sabíamos, no entanto, é que a Consist tinha relações com o Ministério do Planejamento. Por isso, estamos tentando mapear a origem do dinheiro da Consist”, disse o delegado ao jornal O Globo na segunda-feira.

Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) e a PF acreditam que a Consist foi escolhida, por meio de dispensa de licitação, para gerir o sistema de pagamentos consignados de servidores federais. Essa escolha ocorreu em 2010, após acordo entre o Ministério do Planejamento e Gestão com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (Sinapp). A escolha teria sido facilitada após pagamento de R$ 10,7 milhões ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Atualmente, a Lava Jato já detectou desvios de recursos no Ministério da Saúde e principalmente nas estatais controladas pelo Ministério de Minas e Energia, como a Petrobras e a Eletrobras. O Ministério da Saúde, por sua vez, informou em nota que “não houve até o momento nenhuma demonstração de desvios de recursos envolvendo o Ministério da Saúde pela operação Lava Jato. Citado na investigação por conta da empresa Labogen, o Ministério da Saúde informa que sequer chegou a firmar contrato com este laboratório, uma vez que o modelo de parceria envolvendo farmacêuticas são feitas por meio dos laboratórios oficiais. A parceria entre os dois laboratórios foi suspensa antes da assinatura de contrato e do repasse de recursos”