A data foi escolhida a dedo. Véspera de Curitiba completar 323 anos de fundação. A capital do Paraná como nunca se viu está em “Curitiba: Visões”, que o fotógrafo Nani Góis lançou no final da tarde de ontem (28), pela Edições Guairacá, no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa do Paraná.
O evento reuniu o primeiro time político e empresarial do Estado para prestigiar Nani, craque da fotografia de revistas como Veja e Placar, que desde 2005 é fotógrafo da presidência da Assembleia. Com passagens pela prefeitura de Curitiba e governo do Estado. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), fez questão de comparecer e deu um testemunho emocionado sobre a qualidade do trabalho do fotógrafo e amigo.
O governador Beto Richa (PSDB), fez questão de comparecer. Falou sobre a importância do trabalho desenvolvido por Nani, sobre a originalidade e o talento de seu olhar sobre a capital paranaense: “Me sinto honrado por estar aqui prestigiando este lançamento e por fazer parte do livro que homenageia Curitiba, que eu tive o orgulho de administrar por cinco anos”.
Ao abrir a solenidade o presidente do Legislativo, deputado Ademar Traiano (PSDB), destacou a meta de sua administração de valorizar seus servidores, abrindo espaço para suas manifestações artísticas. Referiu-se à trajetória profissional de Nani, sua passagem por alguns dos mais importantes órgãos de comunicação do País e lembrou que o próprio autor considera o livro um registro de seu grande acervo: “Ele fotografa o dia a dia da Assembleia com fotos de excepcional qualidade e que muitas vezes nos surpreendem por seu viés muito particular”.
O jornalista Nilson Monteiro, autor de um dos depoimentos constantes no livro que celebra Curitiba, observou que “Nani é um mágico no ofício da fotografia, reconhecido nacionalmente, capaz de unir um grande apuro técnico a um olhar extremamente sensível”. E sobre Curitiba, que adotou para viver, fez um comentário breve e intenso: “Não tem coisa melhor”.
Os 163 flagrantes capturados e compartilhados por Nani Góis ao longo do livro foram organizados por Gehad Hajar, intercalados com depoimentos de 76 personalidades emblemáticas da capital paranaense, nascidas em Curitiba ou curitibanos por adoção (na maioria) – como o próprio Nani, um “pé vermelho” natural de Sertanópolis. O livro-mosaico ganha corpo na riqueza dos contrastes, sob regência da sensibilidade de um artista experiente, reconhecido pelo talento e pela capacidade de ver o entorno com “olhos de criança”. Com ele, os testemunhos ora emocionados, ora bem-humorados, de nomes como Beto Richa, Gustavo Fruet, Rafael Greca, Álvaro Dias, Jaime Lerner, Nilson Monteiro, Almir Feijó, Waldemar Niclevicz, Zeca Leite, Zilda Arns, Moysés Paciornik, Miguel Krigsner, Luiz Geraldo Mazza, Jamil Snege, Hélio Teixeira, entre tantos outros, cada qual com a sua “Curitiba-Múndi” em foco.
O jornalista Valério Fabris, mineiro de Belo Horizonte, por exemplo, constata de pronto: “Quando um curitibano reclama de sua cidade, vê-se que o ser humano é capaz de se queixar de qualquer coisa”. Luiz Alfredo Malucelli, o saudoso Malu, natural de Morretes, lembra que “Curitiba tem uma qualidade que nenhuma outra cidade, neste imenso Brasil, possui: num mesmo dia todos os seus moradores fazem uma fantástica viagem pelos diferentes climas das quatro estações e por um preço bem baratinho! ”. Ou como diz o escritor e crítico Miguel Sanches Neto, nascido em Bela Vista do Paraíso, “Ninguém vive impunemente depois de ter morado em Curitiba. E é com amor que a cidade nos vampiriza”.
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