O juiz Maurício Doutor, da 8º Vara Cível de Curitiba, mandou bloquear as contas bancárias da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) até o pagamento da dívida de R$ 162.199,53 da ação que a petista perdeu para o secretário de Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto. A decisão é de 26 de fevereiro.
No cumprimento de sentença, o juiz deferiu “o pedido de indisponibilidade de ativos financeiros” da senadora. “Expeça-se alvará para levantamento do valor incontroverso de R$162.199,53 em favor da parte exequente (Michele Caputo)”, diz o despacho do juiz Maurício Doutor.
O bloqueio das contas de Gleisi é resultado da ação movida contra a senadora em 2008. Na época, a petista através de blog pessoal (Blog da Gleisi) acusou Michele Caputo de ser o “maior operador de sacanagem do PSDB do Paraná” e também fez trocadilho maldoso com o sobrenome do secretário.
Em 11 de agosto de 2009, a 8ª vara cível de Curitiba acatou a ação e condenou Gleisi a pagar R$ 5 mil por danos morais e ato difamatório na internet. Gleisi recorreu na justiça de Curitiba e o juízo reformou a sentença condenando a senadora a pagar R$ 50 mil para Michele Caputo.
A petista, através do advogado Guilherme Gonçalves, continuou recorrendo da decisão em instâncias superiores e ação foi parar no STJ. Em dezembro de 2016, o relator do agravo de recurso especial, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, negou provimento ao pedido a senadora e o tribunal, por unanimidade, condenou Gleisi a pagar a multa pecuniária no valor de R$ 50 mil, acrescidos de juros e correções, o que resulta no valor de R$ 162.199,53. Os cálculos são de março de 2017.
O STJ remeteu a ação para execução e pagamento a 8ª vara cível de Curitiba em 9 de novembro de 2016 e as partes foram notificadas em 21 de novembro daquele ano. Como não cabia mais recurso, a senadora tentou desde então impugnar a execução da sentença.
Em 2008, Gleisi disputou a prefeitura de Curitiba e perdeu as eleições para Beto Richa (PSDB) que fez 77% dos votos. A petista fez apenas 18%. Nessa campanha, Gleisi teve R$ 6,5 milhões de receitas e recebeu doações da Camargo Corrêa (R$ 500 mil), UTC (R$ 250 mil) e OAS (R$ 250 mil) – empreiteiras arroladas em esquemas de corrupção na Petrobras e investigadas pela Lava Jato.
O marqueteiro de Gleisi na época, João Santana, foi preso na Lava Jato e acusou receber dinheiro através do caixa 2 da petista.
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